sábado, junho 3

PEÇO HONESTIDADE POLÍTICA E INTELECTUAL

Gostaria de saber porque é que o senhor Ministro das Finanças não dá o nome às coisas, porque é que quando afirma (que os funcionários em situação de mobilidade especial, a serem colocados no quadro de supra numerários, por razões várias, são tantas que não vale a pena enumerá-las), não diz com todas as letras que estes funcionários vão passar a receber um subsídio tipo “fundo de desemprego”.
A Constituição da República não permite o despedimento dos funcionários públicos, Sócrates ainda não fez a vontade ao Engenheiro Belmiro de Azevedo, ainda não mudou a Constituição, lá chegará, não desespere senhor Engenheiro, pelo andar da carruagem, não faltará muito tempo para assistir à realização dos seus desejos.
Dizia eu, com o envio de funcionários para o quadro de supranumerários, estão criadas as condições para a sangria nos serviços públicos, a saber:

1- Não acredito minimamente que se proceda a algum tipo de mobilidade entre serviços de Ministérios, a não ser para alguns amigos, como o senhor Ministro da Agricultura que, teve o descaramento, para não lhe chamar outra coisa (a educação a isso me obriga) de afirmar que ele próprio iria para o já citado quadro;

2- O grosso dos funcionários a engrossarem esse quadro, terão na sua maioria mais de 50 anos de idade, é uma forma de os massacrar e, meio caminha andado para a reforma, com os prejuízos daí resultantes para os mesmos, dado virem a ser penalizados por não terem ainda os 65 anos exigidos pela nova lei;

3- Passará a vigorar o clientelismo político, o beija-mão aos chefes para que estes; tenham "pena" e não se esqueçam que possuem o dito cartão rosa;

4- Se o Senhor Ministro (que saudades que eu tenho da série inglesa) não sabe ao certo o número de funcionários públicos, nem quais os serviços com funcionários a mais, nem a menos, como implementar com rigor e denominada mobilidade especial;

5- Eu funcionário público com 36 anos de serviço, sou dos que entrou para a Função Pública no tempo da “outra senhora”, tendo trabalhado em dois ministérios diferentes, tenho um conhecimento profundo do funcionamento dos serviços (maus funcionários hão-os em todas as profissões e, empresas), não acredito em muitas das coisas que o senhor diz, não acredito em si, porque o senhor sabe tão bem como eu, onde está o “cancro” na Função Pública. Nos serviços onde trabalho, o “cancro” está ao nível das chefias, “tanta capela blindada” que existe, tanta burocracia, tanto “marasmo” criado pelas chefias, tanto dinheiro desperdiçado com a criação dos Institutos, sabe certamente quanto ganha um Director de Unidade no Instituto da Segurança Social, ganha em contos para que se perceba, mais de 800, quatro mil € (4.000), Directores de Núcleo (antigos Chefes de Repartição) mais de 500 contos etc, etc.

6- Não lhe peço muito, peço-lhe uma única coisa, quando falar seja honesto nas afirmações que faz!

2 comentários:

Anônimo disse...

... a única pena que guardo, é saber de antemão, que muito dificilmente, a sociedade em que nos inserimos será algum dia uma democracia justa, honesta, coerente!... as minhas convicções, embora passem ao lado de uma sociedade democrática, uma vez que a utopia ainda reside em mim e na minha noção de humanidade, gostava que senhores como o Sr. Sócrates, senhores que preferem governar numa sociedade atípica, conformada (de certa maneira), inculta, etc, etc, que menospreza uma função pública que serve o Estado da forma que lhe é permitida a servir, um dia, pode ser em horas absortas, quiçá distantes, podessem percepcionar na pele o que é ser um comum cidadão português, que paga os seus impostos, que desconta para a segurança social e, que paga os ordenados destes dirigentes políticos desprezíveis e incoerentes com uma falta de capacidade extrema de ser um bom político e um bom democrata... vivemos numa sociedade de «merda», passo a expressão, numa sociedade em que a maioria se conforma com a «porra» de condições que lhes é fornecida e que a única coisa que sabem fazer é mal dizer de uma função pública que lhes serve e, lhes dá a produtividade merecida neste Estado de artistas de circo que sabem fazer malabarismos com a precaridade alheia... Tenho pena, de fazer parte da minoria, de ter a real noção do que se passa na sociedade em que me insiro e ver diariamente que faço parte de um jogo de marionetes de primeiros-ministros que devem ter um complexo qualquer com a sua essência fálica!! Sim, porque tenho para mim, que qualquer homem que se preze não se usa da precaridade alheia para brincar aos Primeiros-Minstros ou a Presidente da Replública dos Imcopetentes... que pena tenho da minha falta de ingenuidade!!! da minha falta de ser português!!!

O MEU OLHAR disse...

Para a cocoranhetaefacada:

A "utopia" herdas-te de mim;sabes que democracia justa não existe, mas cabe à tua geração lutar para que num futuro não longínquo este MUNDO possa ser melhor, não tem nada a ver com o slogan do Rock in Rio.
Sei que será muito difícil, já que a juventude interessa-se pouco pela política. O grande capital agradece, manobra a seu belo prazer e, cada dia que passa aumenta a conta bancária.
Não admira, os midia estão nas suas mãos e, os portugueses continuam contentes a colocarem bandeirinhas às janelas e a gritarem Portugal, Portugal, força...
Agora até se pensa em colocar pais iletrados a avaliar professores
Há mundo cão...
Um conselho, mantém sempre a verticalidade e, nunca te esqueças dum ditado popular (como eu adoro ditados populares); água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Um beijo.