segunda-feira, junho 12

Sem Euforia



Sou adepto do futebol, vibro quando assisto às vitórias do meu glorioso, não fico desesperado quando ele perde, aceito as derrotas com naturalidade.
Aprendi a olhar para o desporto de uma maneira sã e fraterna, nas escolas de desporto do Desportivo da CUF (no Barreiro, de onde sou natural), já lá vão mais de quarenta anos.
Há já alguns anos que não assistia a um jogo com um sentimento de angústia, com o desejo de que só houvesse um golo e, que este tardasse o mais possível, este sentimento era por mim sentido quando assistia a jogos entre o meu clube do “coração” o Barreirense e o Glorioso. Não sabia na altura para que lado deveria pender o desejo de vitória, quase sempre ganhava o Benfica e, eu ficava taciturno.
Ontem volvidos muitos anos, senti o mesmo. Defrontaram-se duas equipas que aprecio, a portuguesa pertencente ao meu país e, a angolana, país que aprendi a gostar quando há trinta e cinco anos, ainda um jovem imberbe, fui mandado para uma guerra estúpida.
O meu coração voltou a estar dividido. Queria obviamente que Portugal ganhasse, contudo não queria que Angola fosse goleada; santa ingenuidade – Angola fez uma óptima segunda parte e, Portugal pouco se viu.
Não festejei a vitória de uma forma exuberante. Ainda bem que assisti ao jogo no recato de minha casa, pois se estivesse rodeado de “fanáticos”, o meu comportamento certamente iria deixar alguns espíritos confusos.
Que os deuses do futebol estejam com Portugal e Angola.
Seria bonito que ambos passassem à fase seguinte.

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