terça-feira, abril 18

Governo vende prisões

O Ministério da Justiça vai passar os Estabelecimentos Prisionais de Lisboa, Coimbra e Pinheiro da Cruz para a periferia através da permuta de terrenos. A primeira operação será a de Coimbra, que está na agenda já para este ano. O ministro Alberto Costa admite entregar a gestão e a vigilância de prisões a privados, mantendo os guardas prisionais as funções de segurança. Em declarações ao DE, o Ministro da Justiça garante que esta operação permite construir prisões mais modernas com um impacto reduzido nas contas públicas.
Empresas de segurança privadadisponíveis para entrar nas prisões
Associação do sector e Governo já tiveram um primeiro encontro com vista à liberalização de algumas missões nas quais os privados poderão vir a substituir as forças policiais.
As principais empresas de segurança privada a actuar no mercado português pretendem estender o seu negócio a áreas às quais estão vedadas pela lei como a vigilância de instalações prisionais, zonas residenciais e comerciais na via pública, no transporte de personalidades e até mesmo em quartéis militares. Empresas como a Securitas, a Prosegur ou a Esegur, dizem-se prontas para assegurar estes serviços em que as forças policiais actuam hoje em exclusivo.
De acordo com Jorge Leitão, administrador-delegado da ProsegurPortugal e simultaneamente vice-presidente da Associação das Empresas de Segurança Privada (AESP), "já existiu um primeiro contacto" com o Governo no sentido de "alterar a lei" que restringe a actividade dos privados nesta "área de negócio já existente em outros países europeus".
Jorge Leitão revelou ao Diário Económico que a conversa que os responsáveis da AESP mantiveram com o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, se "trata apenas do início" das conversações com o Governo no sentido de alterar a lei.
Este responsável disse ainda que a liberalização da vigilância privada a "algumas missões" hoje asseguradas pelas polícias é uma das prioridades do sector para 2006. Jorge Leitão defende que "o Estado deve premiar as boas empresas de segurança", que apostam em "melhores operações e em formação" permitindo-lhe o acesso legal "a mais missões".
Jorge Leitão defende que o alargamento da vigilância privada poderá "passar por instituições prisionais", por "quartéis militares", pelo "transporte de personalidades" e pelo "patrulhamento da via pública em zonas comerciais e residenciais" e dá o exemplo da "vigilância já existente nos aeroportos" iniciada com a organização do Euro 2004. Aliás, a Prosegur ainda hoje tem no seu 'portfolio' de clientes a ANA - Aeroportos de Portugal.
Também José Moura de Sousa, administrador-delegado da Securitas Portugal e igualmente vice-presidente da AESP, defende a "entrada dos privados" em novas missões e sublinha que estas empresas poderão colmatar as forças de segurança públicas "na vigilância de escolas e na prevenção de incêndios".
Na mesma linha, Luís Rodeia, presidente da Esegur, afirma que a sua empresa "está preparada" para operar neste segmento e refere que já recebeu "várias solicitações para o acompanhamento de [personalidades] VIP.
Retrato do sector
- O mercado da segurança privada em Portugal é composto por cerca de 90 empresas com alvará.
- As principais empresas do sector destacam a multinacional sueca Securitas, a espanhola Prosegur e a Esegur. Detida pelo grupo Espírito Santo e Caixa Geral de Depósitos, é a maior empresa portuguesa do sector. Existem ainda duas empresas com alguma relevância, o Grupo 8 e a Charon, com quotas de mercado baixas.
- Mais demetade das empresas a actuar neste momento em Portugal estão, segundo a AESP, fora dos requisitos essenciais para operar no mercado português.
-Em número de empresas as multinacionais são apenas 5% do total, mas em termos de quota de mercado as duas maiores multinacionais representam 39% do mercado nacional.
- Em 2005, o mercado da segurança privada registou um volume de negócios de 665 milhões de euros e deu emprego a 30 mil trabalhadores. Nos últimos cinco anos, o sector cresceu a uma média anual que varia entre os 4 e 5%.
OS HOMENS DA SEGURANÇA: As três maiores empresas a operar no mercado português
1 - Securitas aposta na segmentação do negócio A Securitas registou em 2005 um volume de negócios de 107 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3% face a 2004. As outras empresas do grupo em Portugal apresentaram uma facturação global de 44 milhões de euros. A sueca Securitas, líder no mercado nacional e mundial de empresas de segurança privada, está apostada, segundo o seu adminsitrador-delegado, José Moura de Sousa, em reforçar a sua estratégia de "segmentação" do negócio, "criando soluções específicas para diversos ramos de actividade", da Indústria ao Retalho. A operar desde 1966 em Portugal, a Securitas emprega 6500 funcionários e detém na sua carteira de clientes empresas como o grupo Mello, o El Corte Inglés, a Portucel, a Lusotur ou as câmara municipais de Lisboa, Porto e Sintra.
2 - Prosegur assenta estratégia na tecnologia
A Prosegur é a segunda empresa do sector da segurança privada a actuar em Portugal e a quarta a nível mundial. Em 2005 a facturação da empresa cresceu 11%, face a 2004, para 113 milhões de euros. Para 2006 a empresa prevê, segundo Jorge Leitão, administrador-delegado da Prosegur, "continuar a crescer nos dois dígitos" e irá "apostar fortemente em tecnologia". A empresa espanhola opera em Portugal há 25 anos, com 12 delegações nacionais e emprega um total de 6400 funcionários. Na carteira de principais clientes da empresa podem encontrar-se a ANA, Aeroportos de Portugal, os bancos Santander Totta e BCP, a Galp, o grupo Auchan a cadeia de supermercados Lidle ou o grupo Portugal Telecom.
3 - Esegur lidera notransporte e tratamento de valores
A Esegur é a terceira empresa de segurança privada a operar no mercado nacional e a primeira do 'ranking' das empresas portuguesas. Detida em partes iguais pelo grupo Espírito Santo e pela Caixa Geral de Depósitos, a Esegur aposta grande parte das suas energias no segmento de negócio em que é líder incontestado em Portugal: oTransporte e Tratamento de Valores, onde detém perto de 60% de quota de mercado. Em 2005, a Esegur facturou 56,4 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 2,7% face a 2004. Criada em 1994 e actualmente com 1520 trabalhadores, a Esegur tem hoje no seu 'portfolio' de clientes, para além dos seus dois accionistas, o grupo Jerónimo Martins, o grupo Sonae, o bancoBPI, entre outros.
Fonte: Diário Económico

2 comentários:

Anônimo disse...

Eventualmente já perguntaram o porquê da Esegur ter tanto lucro?
Pois é! Sou funcionário à 5 anos e aos mesmos que nao me pagam os dias de descanso compensatórios. Faço 12, 13 e por vezes 14 horas por dia e isso é normal, supostamente, é vergonhoso...lamentavél!

Anónimo, mas com nome!! disse...

Como esposa de um funcionario da Esegur, aqui deixo o meu descontento por está empresa. Desde de QUANDO a entidade Patronal decide(e obriga) os dias de Férias e quando deve gozar do seu fúncionario( só faltava também decidir para onde ir e com quém),porquê não são pagos os centralistas( já que na ausencia do Supervisor são eles que orientam mandam e desmandam, controlam a sua área de trabalho, trabalho de chefia).
Porque é que decidem fazer reuniões e reunionzinhas quando estam a sair do turno das 00.00 ás 08.00, quando não é 16.00 ás 08.00. Pôrque é que só tem 20mints de almoço e quando a têm (ou não merecem comer também).
Porque é que as horas a mais não são pagas e sim retribuidas em dias( isto quando o seu chefe dão dá como jornada limpa "termo tecnico" ).
Não o meu marido não precisa de defesa, mas quem vive com ele sou eu ( quando o vejo em casa, claro porque falta pouco para voçês lhe arranjarem uma cama no serviço).
Sejam mais humanistas e a direitos e deverem que ele têm que comprir, mas voçês também. Porque mesmo sendo grupo BES ou CGD, não fazem o que querem, a lei é para todos por igual.