foto retirada do Google
digo-vos: é mentira
o corvo não regressou à arca de noé
continuou a voar entre duas águas
perdeu-se na travessia do caos e da ordem
fascinado pelas líquidas imagens
que se desprenderam do infinito dilúvio
quando a terra por fim secou
o corvo impregnara tudo de treva
para que a pomba não encontrasse o ramo de oliveira
e deus
ao olhar o que nunca fora obra sua
mal soube por onde fissurar tanta escuridão
vingou-se
aprisionando os homens em territórios
de abandono e desolação
Al Berto in "O MEDO"
Um comentário:
um dos meus poemas preferidos so Al Berto, sem dúvida excelente como toda a sua obra que eu venero. Foi bom reler isto pela net.
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