quinta-feira, abril 20

O Relógio Laranja - tic tac... tic tac...

... mesmo para aqueles que não se gostam de cingir a «um» sistema, seja ele de que ordem, para aqueles que acreditam em valores de uma graça maior, como as designadas "causas individuais", a condição humana padece sempre de uma temporalidade. A nossa - a mutabilidade da nossa existência. Mesmo assim, convenhamos que existem certas demandas que funcionam para todos do mesmo modo, sejam elas de ordem biológica, social ou até mesmo cultural.
A passagem do tempo é uma das mais intrínsecas e uma das poucas condições que se legitimam pela sua universalidade, é aquele elemento que nos condiciona pelo simples facto da condição humana ser finita, ter um tempo limitado, embora que inesperado! O facto é, que um dia possui (aproximadamente) vinte e quatro horas... este é o tempo que o nosso pequeno mundo de fantasia gira em volta do sol... é através dele que contabilizamos a nossa efemeridade! Assim sendo, e uma vez que não podemos fugir da nossa condição de seres que se metamorfoseiam com a passagem das horas podíamos ao menos tentar acreditar que este fenómeno latente que nos persegue não nos resigna, não nos impossibilita de tentar mudar, por mais inerte que o tempo seja... por menos atípico que ele se assemelhe a nós mesmos. E sim, como nas palavras de Victor Hugo "... há que tremer enquanto não for possível curar esta facilidade sinistra de morrer!"


cocoranhetaefacada

3 comentários:

sónia disse...

..e que vontade eu sentia de te "ler" outra vez!
uma ideia: treme enquanto é tempo!!!

Anônimo disse...

É verdade! Esta é a única certeza que se tem nesta vida...a que não se fica cá para contar histórias.
Infelizmente, nos dias que correm, o Homem parece ter ganho a capacidade de se deixar resignar e deixar que a vida, toda uma sociedade, lhe dite o seu dia-a-dia, a sua rotina, o seu pensamento, transformando-o numa peça de um mecanismo como se de um grande relógio se tratasse.
Pois eis chegada a altura de dizer: Chega. Basta! Deixemos que as 24 horas nos reservem o inesperado, nos façam tremer. Sentir o medo. Sentirmo-nos vivos. Ao invés de parecermos todos uma cambada de zombies, nesta "puta desta vida"! Bem vinda seja a mudança. O atípico, uma nova condição humana pautada de prazer e qualidade de vida...
Seríamos de certo menos resignados e olharíamos, de uma outra forma para o mostrador do relógio, enquanto aguardamos a passagem do tempo e nos vêmos reflectidos na “angústia de ser quem somos”.

Anônimo disse...

bem nina...que grande salto na tua expressão escrita! nem pareces tu...parabéns!...
se não tivesses assinado pensaria que era de outra pessoal qualquer.
gosto do que escreveste. é mesmo esse o espirito..e reforço: treme enquanto é tempo!!!