domingo, abril 9

ÁRVORE DE MIL ROSTOS

À noite em repouso as mulheres
São tenras: lambem as feridas do aço; invocam os deuses
Da casa e da caça; abrem o som
Das pernas… A relva apodrece - coro de raízes -
Em sítios de sangue & saque. O inimigo
Afia espadas, contabiliza cravos, insígnias
De napalme. Visito então solícito o prazer
Do vinho e amo a morte mais viva desse amor
Que aprende a amar. Terra animada! Anima-se o ímpeto
De máscaras mortas. Assim continuarei a medo
(Lâmpada seca numa campo secular de
Soldados) a reunir as armas
& a cólera; a perder e ganhar companheiros
Em campanhas vãs; a ouvir (ó velho búzio!)
O cego de Tebas vaticinando um reino
Sem júbilo. Il canto mori… Quantas batalhas! -

Casimiro Brito in “labyrinthus”

Nenhum comentário: