Uma só luz sombreia o cais
Há um som de barco que vai indo.
Horror! Não nos vemos mais!
A maresia vem subindo.
E o cheiro prateado a mar morto
Cerra a atmosfera de pensar
Até tomar-se este como porto
E este cais a bruxulear
Um apeadeiro universal!
Onde cada um espera isolado
Ao ruído – mar ou pinheiral?
O expresso inútil atrasado.
E no desdobre da memória
O viajante indefinido
Ouve contar-se só história
Do cais morto do barco ido
Fernando Pessoa in Poesias Inéditas (1919-1930)
3 comentários:
Longe de mim em mim existo
À parte de quem sou,
A sombra e o movimento em que consisto.
do mesmo livro,
joaopedro
tronga!
Ola! Chamo-me Denis. Sou de Russia. Traduzo poemas de Fernando Pessoa. Quis traduzer essa poema dois dias atras mas encontrei uma dificuldade:
E o cheiro prateado a mar morto
Cerra a atmosfera de pensar
Até tomar-se este como porto
E este cais a bruxulear
Um apeadeiro universal
Onde cada um 'spera isolado
Ao ruído - mar ou pinheiral? -
O expresso inútil atrasado.
Nesta passagem o sentido e que o cheiro prateado DE mar transforma toda a atmosfera fazendo o cais e o porto parecer-se a apeadeiro...? E assim ou nao compreedi?
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