terça-feira, janeiro 24

Mar sonoro

© Photo: chico esperto

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

2 comentários:

Politikus disse...

Belo poema sem dúvida. Há quem diga q fala com o mar e o mar fala com eles...

Anônimo disse...

... apresentaste-me o mar em tenra idade. ainda quando não conhecia nem entendia a sua sublimidade, era me estranha a sua grandeza. talvez por nos estar no sangue, não sei. tomo-o como meu, a saber no entanto que é de todos. mas quando se ama sabe-se conceder, quando se aprende a amar sabe-se ceder. ensinaste-me a ouvir o seu silêncio...
ensinaste-me a saber escutá-lo... é no seu silêncio que me perco e me refugio... é nele, é de certa maneira a ti, pai, que confidencio... é nesse fim, nessa sublime finitude que me perco e me encontro e me volto a perder. é no seu horizonte que me dou ao prazer de crer... é a perder-me nele que cedo a acreditar em algo, nos homens, na humanidade, no silêncio da humildade e da sublimidade... é o meu espaço interior... um deles, o que tu me apresentaste! obrigado! obrigado por me teres ensinado a ver a sua «intimidade», a secretar a mim, a ti, os meus segredos e sonhos!