terça-feira, outubro 3

14 urgências encerram mas outras 25 vão abrir

Há 14 urgências que vão encerrar no próximo ano. Mas, apesar do fecho de serviços, a nova rede de cuidados urgentes terá mais 25 pontos de atendimento, passando dos actuais 73 para 83.
Uma reorganização que tem como objectivo melhorar o atendimento e o acesso dos doentes, mas que deixa, mesmo assim, 10% da população a mais de 30 minutos do serviço mais próximo.
Esta é a proposta do grupo de peritos nomeados pelo Ministério da Saúde para estudar a reorganização das urgências a funcionarem em hospitais e centros de saúde.
A reforma é para pôr em prática a partir do próximo ano, mas a decisão final do ministro Correia de Campos só será conhecida em Dezembro, depois do documento estar em discussão pública.
Os critérios que serviram de base à análise do grupo de peritos são as distâncias e os recursos de cada unidade. Cada utente não deverá estar a mais de 60 minutos de um serviço de urgência.
Mas o relatório vai mais longe e propõe "as metas de 30 minutos de trajecto até um ponto da rede de urgência e 45 minutos até uma urgência polivalente ou médico-cirúrgica".
Contudo, admitem, "não é possível consignar estes objectivos para todo o território", e 10% da população ficará de fora deste objectivo.
Mesmo assim, constitui uma melhoria, já que hoje existem 450 mil pessoas que estão a mais de uma hora de distância.
Quase certa é a contestação das autarquias que perderão serviços, como sucedeu com as maternidades.
Ontem, à saída de uma reunião com Correia de Campos, o presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, admitia que "o encerramento nunca é pacífico". "Não sei como os autarcas vão reagir, mas o importante é que actuem com conhecimento das situações. E nós queremos promover ao diálogo".
Uma estrutura em três níveis
Actualmente, estão em funcionamento 72 urgências. Mas, destas, apenas 39 foram previstos na organização feita em 2001.
Todas as outras foram criadas à margem deste planeamento.
O objectivo desta mudança é encerrar serviços onde existem em duplicado, ou sem condições, e abrir outros, para servir populações que não têm acesso a eles. Por isso, as 25 novas urgências serão de carácter básico- asseguram o atendimento essencial. Isto porque as 83 urgências que irão funcionar serão divididas em três categorias: urgências polivalentes (as mais completas), médico-cirúrgicas e básicas. Estes serviços serão disponibilizados em 59 hospitais e 24 centros de saúde.
Estão previstas 13 urgências polivalentes (Gaia perde esta categoria), 29 médico-cirúrgicas(Mirandela, Figueira da Foz e Litoral Alentejanos são acrescentadas às actuais) e 41 básicas. Contudo, os peritos recomendam um maior investimento no transporte de doentes. E também em recursos.
As urgências básicas terão obrigatoriamente de contar com pelo menos dois médicos e dois enfermeiros. A centralização de serviços deve ainda "pressupor a criação de mecanismos de mobilidade de recursos humanos" para garantir pessoal suficiente para as equipas nas urgências que se mantém em funcionamento.
Fonte: Diário de Notícias
Autor: Rute Araújo

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