Poveiros! meus velhos Pescadores!
Na água quisera com Vocês morar:
Trazer o grande gorro de três cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!
Far-me-ia outro, que os vossos interiores,
De há tantos tempos, devem já estar
Calafetados pelo breu das Dores,
Como esses pongos em que andais no Mar!
Ó meu Pai, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mailo irmão do «Senhor de Matosinhos!»
No alto mar, às trovoadas, entre gritos,
Prometemos, si o barco fôri intieiro,
Nossa bela à Sinhora dos Aflitos!
António Nobre in “Só”
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