Começa a ser complicado comentar estes debates à Presidência da República. Julgo que o facto se deve ao modelo acordado. Tenho a sensação (para não dizer a certeza) de que este tipo de debates foi imposto por uma das candidaturas. De todos os candidatos perfilados à Presidência da República há um que em minha opinião não gosta de debates colectivos e, esse é Cavaco Silva. Verdade se diga que apesar destes debates serem monótonos, quase repetitivos, é preferível ter estes, do que nenhuns.
Posto isto, vamos propriamente ao debate.
Continuo a considerar que o professor Cavaco ainda continua a apresentar-se um pouco tenso, mas com o decorrer do mesmo, já soltou alguns sorrisos e, pareceu-me vê-lo, a olhar para o seu oponente. Jerónimo apareceu com uma imagem mais simpática, mas isso tem a ver com a sua personalidade, nada mais. Os moderadores continuam a repetir questões já formuladas em debates anteriores. Os telespectadores mais atentos e interessados, já adivinham as respostas dos candidatos.
No que concerne à concertação social, Cavaco autodenomina-se o pai da mesma. Jerónimo fez bem lembrar que, foi no interior desta que se facilitou os despedimentos, se “inventou o recibo verde”, ou que se “aumentou a idade de reforma das mulheres”, tendo o professor Cavaco tido sempre um aliado privilegiado – a UGT (lembra-se de Torres Couto terminando a celebração dos acordos com um cálice de vinho de porto?).
Houve uma surpresa neste debate. A concordância em três pontos: a abertura a uma futura opção nuclear para obtenção de energia não poluente, respeitando o Protocolo de Quioto; a rejeição da legalização da prostituição; e nas privatizações, Cavaco “aconselhava que se avançasse mais calmamente”, Jerónimo “... que se avançasse mais devagar”.
Para aqueles indecisos que esperavam esclarecimentos de forma a possibilitar uma escolha, ficaram na mesma, não houve grandes novidades. Mais um debate que em minha opinião, foi mais “empata” do que propriamente um empate.
Não desesperem. Aguardem pelos debates explosivos – Alegre/Mário Soares e Cavaco/Mário Soares.
Até lá fiem-se na virgem...
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