quinta-feira, dezembro 8

PARA A INÊS (E AMIGOS) EM HERVANTA – FINLÂNDIA

QUANDO UM HOMEM QUISER


Tu que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis de vento
tu que tens o Natal da solidão do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão.

E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão.

Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser.
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser.
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer.
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher.

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão.

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão.

As palavras das cantigas “José Carlos Ary dos Santos”

O TRABALHO

Das prensas, dos martelos, das bigornas
Das foices, dos arados, das charruas
Das alfaias, dos cascos e das dornas
É que nasce a canção que anda nas ruas

Um povo não é livre em águas mornas
Não se abre a liberdade com gazuas
À força do teu braço é que transformas
As fábricas e as terras que são tuas



Abre os olhos e vê, sê vigilante
A reacção não passará adiante
Do teu punho cerrado contra o medo

Levanta-te meu povo, não é tarde
Agora é que o mar canta é que o sol arde
Pois quando o povo acorda é sempre cedo.

As palavras das cantigas “José Carlos Ary dos Santos”

Nenhum comentário: