sexta-feira, março 21

PS admite que não será possível repor pensões e salários cortados

O PS admite ser impossível o regresso imediato aos níveis salariais e às pensões de 2011. Se chegarem ao governo, os socialistas não vão voltar atrás nos cortes impostos durante os últimos três anos e a justificação é a "situação do país".

A posição foi deixada pelo conselheiro de António José Seguro para os assuntos económicos, Óscar Gaspar, numa entrevista na Sic-Notícias, tendo ontem sido desafiado pelo vice-presidente do PSD, Marco António Costa, a clarificar as suas palavras. Mas não havia volta a dar. Na noite anterior, Gaspar tinha sido claro quando foi questionado sobre se o PS podia prometer, uma vez vencedor das legislativas, regressar aos salários, pensões e prestações sociais de 2011: "A resposta séria é não. Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011, porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem."

António José Seguro tem evitado o tema e, até agora, da sua voz só se ouviu que não se podia comprometer com um alívio dos impostos sobre os rendimentos, ficando-se apenas pela promessa de baixar o IVA na restauração. Mas não mais do que isto, mesmo quando o primeiro-ministro e a ministra das Finanças fazem a mesma afirmação. Tanto Passos Coelho, num debate quinzenal de Fevereiro, como Maria Luís Albuquerque, anteontem no parlamento, já disseram não ser possível voltar aos níveis salariais do período pré-troika.

Perante o desafio do PSD, Óscar Gaspar veio reafirmar o que tinha dito na entrevista televisiva, deitando culpas ao executivo. "Face à situação do país e o ponto a que o governo trouxe o país, não é possível" regressar aos níveis de 2011 "de um momento para o outro". O porta-voz do PS para os assuntos económicos diz que isso "vai demorar tempo". Gaspar ainda deixou o desafio a Marco António para um debate, a fim de "reflectir sobre a situação económica e financeira do país", acusando o governo de estar "a negociar mais cortes com a troika que só serão anunciados depois das europeias".

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