Os jardins imaginários
que de longe vislumbramos
pertencem
aos distraídos insensíveis entes
com que os povoamos
Sempre ficamos
do lado de cá de suas grades
desejosos-receosos de as passarmos
Sentimos o perfume
das rosas que inventamos
vemos o esplendor
dos frutos qu sonhamos
Contemplamos
na inventada montra dos prazeres
as sublimes doçuras que sonhamos
sentindo sempre
que não
não somos dignos
de fruir tais gozos
Nos proibidos jardins
que inventamos
nós
sombras-fantasmas
dum desejo que nos impele em vão
nós
jamais perturbamos
a serenidade
de seu eterno impassível Verão
Hatherly, Ana in RILKEANA edições ASSÍRIO & ALVIM
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