Dirigentes de associações de deficientes pediram hoje, na Assembleia Municipal de Lisboa, a reactivação do Conselho Municipal para a Integraçãode Pessoa com Deficiência (CMIPD), suspenso há quatro anos por dificuldades de funcionamento.
Os responsáveis falavam numa reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Lisboa, subordinada ao tema "O cidadão portador dedeficiência e a cidade".
Naquele encontro, a presidente da Liga Portuguesa de Deficientes Motores, Guida Faria, enfatizou a necessidade de reactivar o Conselho Municipal, por se tratar de um forte ponto de ligação à sociedade civil, que "está suspenso sem que se saiba porquê".
Questionada pela agência Lusa, a assessora de imprensa da vereadora Marina Ferreira, que temo pelouro da deficiência, disse que o conselho se encontra suspenso "há quatro anos por dificuldades de funcionamento", mas adiantou que "está a ser repensada a sua reactivação, dotando-o de uma estrutura mais eficaz".
Outras questões levantadas pelos representantes das 24 associações de deficientes presentes na reunião de hoje foram a necessidade de dar visibilidade aos portadores de deficiência e de eliminar as barreiras arquitectónicas com que estes cidadãos continuam a deparar-se no dia-a-dia em Lisboa.
A falta de acessibilidades aos edifícios públicos, bem como aos teatros e aos cinemas da cidade de Lisboa, foi outro tema focado por Guida Faria para exemplificar que Lisboa devia "criar uma verdadeira e exemplar acessibilidade para que possamos ser todos iguais".
O facto de as cidades portuguesas, duma forma geral, estarem a ficar com passeios mais estreitos, alguns dos quais com pilaretes, e os transtornos que estes causam aos cidadãos deficientes foram outros dos assuntos abordados na reunião.
Razão por que o presidente da Associação de Cidadãos Auto- Mobilizados (ACAM), Manuel João Ramos, pediu mesmo "mais um metro de passeio", considerando que Lisboa se tornou "na capital da insegurança em Portugal", onde o número de "atropelamentos mortais é maior".
Manuel João Ramos atribuiu responsabilidades à Câmara Municipal, que, acusou, "apenas tem investido em fluir, fluir, fluir o trânsito sem se lembrar das pessoas".
A negligência e as omissões na criação de medidas que melhorem a vida dos deficientes foram outros "factores discriminatórios" invocados pelo presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci).
Para Mário Aboim, tal como para o presidente da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), as medidas são conhecidas, "mas não são aplicadas, pelo que não se podem desresponsabilizar os vários poderes".
A reunião de hoje conta com a participação de vários dirigentes de associações de deficientes, nomeadamente a dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho, a Federação Portuguesa de Autismo, entre outras, e da secretária nacional do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência.
Fonte: Lusa
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