quarta-feira, abril 17

O mundo delirante das previsões iniciais da troika



Volvidos quase dois anos desde que foi desenhado o programa de ajustamento da troika para Portugal, olhar para as previsões então feitas para as contas públicas parece uma visita a um mundo delirante. O desemprego não passaria do pico de 13,5%, a dívida pública ia ficar controlada abaixo dos 114,9% e o défice deste ano seria já de 3%, em linha com as regras europeias e sobretudo com o grande objectivo de regressar em força aos mercados ao longo de 2013. Mas é hora de voltar à realidade.
O governo ameaçou com a demissão e Vítor Gaspar congelou o funcionamento do Estado: culpa do Tribunal Constitucional e da sua recusa em aceitar os artigos inconstitucionais do Orçamento do Estado para este ano. Foram cerca de 1200 milhões de euros que ficaram em xeque com a decisão do TC. Falamos de 0,7% do PIB previsto para este ano - que considerando a contracção de 2,3% deverá situar-se nos 161,6 mil milhões de euros - valor que, a julgar pela reacção do governo e da troika, põe em causa todo o programa português. 

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