quinta-feira, agosto 9

Martinho Costa. “Não é preciso uma galeria, basta uma rua e uma máquina fotográfica”



Antes de existir um marquês de Pombal houve um José de Carvalho e Melo a quem a população de Campolide, em tom de gozo, chamava “Carvalhão”. A memória desta ofensa está testemunhada na Rua do Carvalhão, entre dois arcos do Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa. Um olhar atento identifica no início da rua uma réplica escondida do “Banqueiro e sua Mulher”, do pintor renascentista Quentin Metsys. “Aqui os banqueiros estão no interior da casa, resguardados da rua, a contar o seu dinheiro”, explica o autor da obra, Martinho Costa. Em época de contenções culturais, a solução deste artista de Fátima, com 35 anos, foi dialogar com as ruas, as árvores e a população em formato tinta de óleo. “Nesta época de crise, quis responder na forma de uma oferta de imagens à natureza”, acrescenta Martinho, sabendo que para o compreender falta desvendar uma viagem conceptual e estética.

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