Menino Jesus, que nasces
Quando eu morro,
E trazes a Paz
Que não levo,
O poema que te devo
Desde que te aninhei
No entendimento,
E nunca te paguei
A contento
Da devoção
Mal entoado,
Aqui te fica mais uma vez
Aos pés,
Como um tição
Apagado,
Sem calor que os aqueça.
Com ele me desobrigo e desengano:
És divino, e eu so humano,
Não há poesia em mim que te mereça.
Miguel Torga
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