segunda-feira, outubro 29

SOBRE O TEJO

Que soldado tão triste esta chuva
sobre as sílabas escuras do outono
sobre o tejo as últimas barcas
sobre as barcas uma luz de desterro


Já foi lugar de amor o tejo a boca
as mãos foram já fogo de abelhas
não era o corpo então dura e amarga
pedra do frio


Sobre o tejo cai a luz das fardas
É tempo de te dizer adeus


EUGÉNIO DE ANDRADE

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