A Naer - Novo Aeroporto, empresa criada para orientar a preparação dos trabalhos da Ota, vai ser obrigada a rever em alta os custos de construção da infra-estrutura, previstos inicialmente entre 3,1 e 3,2 mil milhões de euros, afirmou ontem o presidente daquela entidade, Guilhermino Rodrigues, durante um fórum sobre transportes e mobilidade. Em causa estão os atrasos no andamento do processo ao longo dos últimos anos, que levaram a que a entrada em actividade do novo aeroporto tivesse de ser adiada de 2012 - como estava previsto em 2002 - para cinco anos mais tarde, apenas em 2017. "Teve de haver uma reponderação da capacidade inicial [do aeroporto], que tinha como previsão inicial de capacidade de processamento, quando entrasse em funcionamento, 20 milhões de passageiros", referiu durante a sua intervenção, no âmbito do encontro organizado pelo Diário Económico, Guilhermino Rodrigues, que é também presidente da ANA - Aeroportos de Portugal. Assim, a infra-estrutura da Ota irá ser construída para uma capacidade inicial de 25 milhões de passageiros por ano, para evitar que seja necessário "fazer obras [de expansão do aeroporto] durante os primeiros cinco anos", pelo que a Naer decidiu desde já antecipar alguns investimentos da primeira fase de construção. Exemplos? "Vamos ter um aumento da capacidade inicial da aerogare e aumentámos em 20 por cento o número inicial de posições para estacionamento das aeronaves", indicou ao PÚBLICO o mesmo responsável.
Desta forma, face às 62 posições que estavam no início previstas, o aeroporto irá ter entre 80 e 90 lugares de estacionamento logo desde o início. Por outro lado, o lay out definitivo da futura infra-estrutura, concluído em Outubro e já na posse da tutela, "incorpora as alterações em termos de acessos rodoviários e ferroviários". Assim, entre as duas futuras pistas do aeroporto da Ota ficará a estação intermodal - que poderá ficar "enterrada" no subsolo, o que está por decidir - com ligação aos transportes ferroviários suburbanos e à alta velocidade e ainda aos transportes rodoviários
Comboio preferido para chegar ao destino final
Previsto está que muitos dos passageiros utilizem o futuro shuttle ferroviário que irá ligar a Ota à Estação do Oriente, pelo menos a avaliar pelos resultados de inquéritos realizados a passageiros do aeroporto de Lisboa, encomendados pela Naer. Questionados sobre a ligação de transporte que consideram mais importante entre um aeroporto e o destino final, 50 por cento elegem o comboio expresso como primeira opção, enquanto outros 19 por cento indicam o autocarro. Importante é que o tempo de ligação entre a aerogare e o sítio onde os passageiros irão ficar - considerado por 53 por cento dos inquiridos como o factor mais importante - seja "inferior a uma hora", indicou ontem Guilhermino Rodrigues.
Fonte: Publico
Autor: Inês Serqueira
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