domingo, julho 2

Um não encontro

Combinei um encontro contigo na árvore do costume, Esperei ansiosamente, mas não apareceste, presumo. No entanto, não fiquei sozinho, o melro amigo veio fazer-me companhia, Com o seu canto doce e melodioso, trouxe-me alguma alegria.

Sentado sob os ramos, o vento acariciava-me o rosto, Enquanto as folhas dançavam, num suave e tímido encanto. O tempo parecia deslizar devagar, sem pressa ou destino, Enquanto o melro entoava o seu canto, de trinados divinos.

Imaginava a razão da tua ausência, o meu coração inquieto, Talvez tenhas esquecido ou um imprevisto tenha surgido no afeto. Mas ainda assim, não me senti abandonado ou triste, Pois o melro lembrava-me que na natureza há sempre algo que existe.

E assim, nessa tarde solitária, pude refletir e compreender, Que nem sempre as coisas acontecem como desejamos, queremos. Às vezes, a vida prega-nos partidas, faz-nos esperar em vão, Mas enquanto houver o canto do melro, teremos um alento, uma canção.

Por isso, mesmo que não apareças sob a árvore do costume, Não deixarei de esperar, de acreditar que o encontro se resume. Pois o melro será meu companheiro, com o seu canto a acalmar-me, E na magia da natureza, encontrarei consolo e paz a inspirar-me.

Nenhum comentário: