fiatenavirgem
e não corras...
quarta-feira, fevereiro 25
AUTO DO DESEMPREGADO
E agora, que vou fazer? Ando vazio, a caminhar no interior de dias vazios. Há duas semanas. E ainda não reuni a força necessária para dizer à minha mulher que fui um dos 180 despedidos. Mas suspeito de que ela adivinha qualquer coisa. Não será, propriamente, a situação em si que lhe desperta a desconfiança; mas algo, um pressentimento obscuro, tenaz e desconfortável começa a invadi-la.
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