A LIBERDADE E O COMPROMISSO
É impossível escrever-se ou falar-se de cultura portuguesa no século XX sem referir Óscar Lopes. A dimensão deste homem corresponde ao entusiasmo com o qual consagrou a vida a unir sem apertar demasiado. Quero dizer: a estabelecer associações culturais entre paradigmas estéticos aparentemente dissemelhantes. O discurso e o reportório serviram de suporte a uma organização intelectual invulgar. Óscar Lopes não é, apenas, co-autor, com outro grande vulto, António José Saraiva, da História da Literatura Portuguesa. Assinou centenas e centenas de artigos; publicou dezenas de estudos sobre criadores, os mais diversos; ensaiou a matemática na análise de estruturas verbais; prefaciou livros, estimulou a lucidez crítica, foi um professor excepcional. "Um Senhor de Matosinhos", como no belíssimo poema, em sua homenagem, lhe dedicou Vasco Graça Moura.
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