Com a confusão instalada no governo a propósito dos novos cortes nas pensões, o Presidente da República veio definir algumas condições para as novas medidas de austeridade: os pensionistas e os funcionários públicos já foram suficientemente sacrificados e, se houver cortes, devem atingir, desta vez, quem ganha mais.
"Toda a gente sabe que os pensionistas foram duramente atingidos nos últimos anos e parece-me que é difícil continuar a exigir-lhe mais sacrifícios", disse o Presidente em Arronches. A seguir, Cavaco Silva deixou claro que, "se for necessário reduzir o rendimento disponível de alguém, no futuro tem de ser àqueles que têm elevados rendimentos e que, até este momento, não foram seriamente prejudicados no seu bem-estar".
O Presidente defendeu mesmo que os sinais de recuperação da economia devem ser aproveitados para corrigir "algumas injustiças" que possam ter acontecido nos cortes que foram feitos com o objectivo de "corrigir a situação das finanças públicas". Os recados de Belém surgem em plena polémica sobre os novos cortes das pensões. Paulo Portas foi ontem bombardeado na Assembleia da República com perguntas sobre os planos do governo para tornar os cortes transitórios definitivos e assumiu que as coisas não correram bem ao governo. "O que aconteceu foi um erro. Não devia ter acontecido", disse o vice-primeiro-ministro, garantindo que "o grupo de trabalho não concluiu a sua tarefa e não fez qualquer proposta".
Mais um raspanete ao secretário de Estado da Administração Pública, que revelou a intenção do governo, no futuro, de fazer depender o valor das pensões de factores económicos e demográficos.
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