terça-feira, setembro 30

Estimativa do INE excede limite do défice para este ano

O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para um défice de 4,8% do PIB este ano, de acordo com o reporte enviado a Bruxelas e divulgado esta terça-feira. Trata-se de um valor oito décimas acima do avançado pelo Governo no Orçamento Retificativo, uma vez que incluiu a assunção pelo Estado de dívidas da Carris e STCP e também imparidades na Parvalorem (ex-BPN).
Este valor foi já calculado de acordo com a nova metodologia das contas nacionais SEC 2010, que entrou este ano em vigor e introduz diversas alterações no cálculo do PIB e dos saldos orçamentais.
Quando apresentou o Retificativo no final de agosto, o Governo manteve a meta de défice de 4% embora tenha sublinhado logo que, nessa estimativa, não tinham sido incluídas algumas operações. Desde logo a assunção de dívidas das empresas de transportes Carris e STCP num montante de 1192 milhões de euros (0,7% do PIB) e a assunção de perdas em empréstimos do BPN Crédito, agora detido pela entidade pública Parvalorem (a rondar 0,1% do PIB).



segunda-feira, setembro 29

Costa só perdeu uma federação para Seguro

Foi uma noite frouxa para o suspense - ainda não eram 21h e Seguro já assumia a derrota. As reações definitivas vieram cedo, mas os resultados finais nem por isso: o site oficial das primárias só apresentou os primeiros resultados pelas 21h10, já Seguro tinha anunciado a demissão. Às 0h45, ainda faltava divulgar metade das federações, já Costa estaria a beber a sua imperial. Os resultados finais, ainda que provisórios, só foram divulgados depois das 5h00 desta segunda-feira, a saber: 118.454 votos para António Costa (67,88%) e 55.239 para António José Seguro (31,65%).
Independentemente do que sucedeu cedo e aconteceu tarde, há um fator que foi constante: Costa andou sempre entre os 60% e os 70% ao longo da noite, independentemente das federações apuradas e do ritmo de divulgação dos resultados. O secretário-geral demissionário só venceu uma das federações, a Guarda, com 61,20% (2528 votos, quase mais mil que António Costa). O autarca de Lisboa triunfou no demais, com resultados que variam entre os 55,37% em Castelo Branco e os 87,93% na federação da área urbana da capital (provisório).


sexta-feira, setembro 26

"A minha vida não pode ser mais transparente"



Passos Coelho reconheceu esta manhã no Parlamento que só recebeu quantias como membro da organização não-governamental Conselho Português de Cooperação (CPPC) a título de despesas efetuadas e não quaisquer remunerações. António José Seguro perguntou-lhe se recebeu alguma remuneração, sob que forma for, e pediu ao primeiro-ministro que autorizasse o levantamento do sigilo bancário sobre as suas contas no período em causa.

Passos Coelho rejeitou: isso seria "vasculhar" a sua vida privada e não um esclarecimento, tendo direito à sua reserva. O líder da oposição reagiu: essa é a unica forma de afastar todas as dúvidas e apurar a verdade para se saber em concreto o que aconteceu sobre as relações do então deputado Passos Coelho e a empresa para a qual colaborava - a Tecnoforma.

quarta-feira, setembro 24

Passos ainda não enviou pedido à PGR

O gabinete do primeiro-ministro informou o Expresso que o pedido para a Procuradoria-Geral da República (PGR) - que, conforme foi anunciado por Passos, devia ter sido enviado ainda durante terça-feira - ainda não seguiu.
São Bento esclarece que a "carta será enviada o mais breve possível" e que o gabinete esteve a trabalhar no assunto "até altas horas".
Fonte autorizada da Procuriadoria confirma que "até ao momento, não chegou à Procuradoria-Geral da República qualquer pedido formal do primeiro-ministro. Logo que recebido, será objeto de apreciação"
Passos Coelho anunciou terça-feira à tarde que iria pedir a intervenção da PGR para que esclareça se existiu ou não algum tipo de ilícito desde 1995 até hoje, relativo à sua anterior atividade profissional e ao exercício das funções de deputado, independentemente desse ilícito ter ou não prescrito.


terça-feira, setembro 23

De onde vem a "salsicha educativa" de Passos? A resposta está em Marx


Mas quem é que usa esta expressão? Se Passos diz "a chamada salsicha educativa" é porque já ouviu alguém falar nela. Numa rápida busca na Net, verifica-se que em português a estreia parece pertencer-lhe e que no resto do mundo fala-se na questão levantada por Neil Smith, mas apenas na "fábrica de salsichas educativa", embora se saiba de antemão que, se numa verdadeira fábrica de salsichas se produzem os tais enchidos de carne picada e temperada, numa escola formam-se estudantes. Por esta ótica, o aluno é a salsicha. No caso da expressão usada pelo líder do governo português, como não soa muito bem dizer "aluno educativo", talvez a salsicha seja a própria escola, o que faria do Estado e dos privados proprietários de estabelecimentos de ensino fabricantes de salsichas.

segunda-feira, setembro 22

Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti | Cantigas do Maio

Garfield do dia (22/09/14)


Erros ignorados durante 4 anos


O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) revelou ontem que a equipa que geria a plataforma informática dos tribunais, o Citius, já desde 2010 que alertava para os erros do sistema e que foram feitos quatro relatórios sobre o assunto. Este período abrange o último governo de José Sócrates, com Alberto Martins no Ministério da Justiça (até julho de 2011), e o atual Executivo com a ministra Paula Teixeira da Cruz.
Num comunicado intitulado ‘Respostas às mentiras do responsável do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ)’, na sequência das declarações ao ‘Expresso’ de Carlos Brito, número um da informática do ministério, que acusa a anterior equipa de ter deixado uma espécie de "saco com mil peças de um puzzle sem o desenho", o SFJ revela que os primeiros relatórios são de janeiro e dezembro de 2010. Segundo o documento, a equipa apresentou um projeto de reformulação dos sistemas de informação e relatava todos os constrangimentos da estrutura, depois de ter sido testada em 2009. O mesmo aconteceu em 2011 e em maio de 2012, quando "o gabinete da ministra solicitou um planeamento sobre a reformulação do mapa judiciário", que foi entregue em junho de 2012.
Em janeiro de 2013, a equipa demitiu-se, porque foi informada de que o seu trabalho iria servir de base a uma empresa privada, que iria continuar o projeto.
O texto do SFJ termina com ironia, referindo que os membros da equipa "assumem a culpa por, em maio de 2013, já depois de terem saído, o Ministério da Justiça ter decidido banir o Citius Plus e ter decidido avançar com o H@bilus/Citius, mesmo sem a parte significante, que nunca foi posta em produção por falta de autorização. Está explicado no documento de junho de 2012 porque é que tudo o que estava desenvolvido deveria ter sido posto em produção".

Uma Foto Por Dia


photo: rogério barroso. Foto nº 1737 - Terreiro dos Radicais.

sábado, setembro 20

Há quem receba suplementos do Estado para tocar um sino


A tabela de suplementos remuneratórios que o Governo quer "clarificar", "racionalizar" e até "compactar" é, de facto, um mundo estranho. No levantamento feito, no ano passado, pelo Ministério das Finanças, conclui-se que há 280 suplementos diferentes pagos aos funcionários públicos além do seu salário base. São suplementos tão diferenciados como para gratificar "tratador de canídeos ou de solípedes" ou para "toque de sino nas cerimónias solenes e colocação de bandeira". Há ainda ministérios com a prerrogativa única de pagar "suplemento de colónia de férias" ou para garantir a "redução do preço dos comboios". Tudo somado, o custo anual dos suplementos remuneratórios dos funcionários públicos custa 700 milhões de euros.

Mumford & Sons (HD) - Lollapalooza Chicago 2013 Full Concert 1080p

quinta-feira, setembro 18

"Europa está fuera de la historia"

Jean-Pierre Chevènement (Belfort, 1939) aúna la experiencia y la savia nueva de la izquierda republicana francesa. Armado de  un poderoso pensamiento y dotes de animal político, en su larga trayectoria (participó en la fundación del Partido Socialista Francés en 1972) se ha caracterizado por ser alguien con ideas propias. Y alguien a quien la historia le ha dado la razón. Tras ocupar diferentes carteras en gobiernos socialistas, presentó su dimisión en 1991 al manifestarse en contra de la entrada de Francia en la guerra del Golfo. Impulsó el Movimiento de los Ciudadanos (1993), que una década después se convirtió en el Movimiento Republicano y Ciudadano (MRC).

Chevènement se opuso al Tratado de Maastricht, a la Constitución europea (por considerar que convertiría al viejo continente en vasallo de Estados Unidos) y, en su último libro, “1914-2014 Europa ¿fuera de la historia?” (El Viejo Topo), propone sustituir el euro por una moneda común que conviva con las monedas nacionales. La suya es una reflexión de largo recorrido, que pasa por las dos mundializaciones liberales y se detiene en un hito clave: la primera guerra mundial. Concluye que actualmente Europa está fuera de la Historia y defiende el viejo proyecto gaullista de “una Europa europea”, frente a un servil protectorado norteamericano.

-Parece evidente que uno de los problemas de la vieja Europa es el descrédito de la política y, más aún, su postración ante la tiranía del poder económico. ¿Piensa que los valores del tradicional estado republicano francés, incluidas las conquistas sociales, podrían representar una alternativa?

-Opino que los valores de ciudadanía que definen la nación política en la concepción francesa, procedentes de la Revolución, tienen un alcance universal. Nuestra definición de la nación no es de carácter étnico. No es la idea del “Volk” que inspiró a los doctrinarios alemanes a principios del siglo XIX. No es el concepto étnico-cultural, que revive hoy en ciertos países. Pienso, por ejemplo, en Hungría o en Bélgica, en el nacionalismo flamenco. Digamos que el concepto de la nación que en Francia llamamos “republicano” es de carácter “progresista”. Somos ciudadanos de un país, con independencia del origen étnico, religión, o cultura. Es, por otra parte, la idea que desarrollaba el filósofo Ernest Renan en 1882, en una célebre conferencia en la Sorbona, titulada “¿Qué es una nación?”. Respondía: “es un plebiscito de todos los días”. Por tanto, la pertenencia a la nación se fundamenta en la adhesión. No se trata de un elemento objetivo, sino espiritual, el que define la pertenencia a la nación.

-Precisamente en el momento actual, tras la abdicación de Juan Carlos de Borbón, en España se vive un acalorado debate entre las opciones monárquica y republicana

-España es una de las naciones más viejas de Europa junto a Francia e Inglaterra. Las tres han sido antes monarquías, España e Inglaterra lo continúan siendo. Francia escogió la forma republicana en el siglo XIX. Nunca fue fácil, hay que decirlo. De hecho, a menudo se define la V República francesa como una “monarquía republicana”.

-Afirma en el libro que la construcción de la Unión Europea se realiza en contra de las naciones. Y dedica muchas páginas del libro a analizar el gran precedente que supuso la primera guerra mundial. ¿Podría explicarse?

-Europa se ha hecho históricamente con sus naciones. Por ejemplo España es, con Portugal, el país de los grandes descubrimientos, que proyecta a Europa más allá del océano. De hecho, España será la potencia europea dominante durante varios siglos. Su cultura, literatura y pintura son elementos indispensables en la definición de una cultura europea. ¿Qué ha sucedido? En 1914 se achacó a las naciones crímenes que no habían cometido. Porque no fueron las naciones quienes decidieron la primera guerra mundial. Al contrario, tomaron la decisión un número muy reducido de personas. El libro defiende la tesis de que tras la primera mundialización liberal, que se desarrolló bajo la hegemonía británica, se modificó la jerarquía de las potencias. Y eso provocó tensiones, principalmente entre el Imperio Británico y la Alemania imperial, que desembocaron en la guerra. La gran conflagración de 1914 no fue principalmente franco-alemana, sino un conflicto por la hegemonía mundial (entre el Imperio Británico y la Alemania imperial).

domingo, setembro 14

Processo do Novo Banco feito através de “navegação à vista”


José Pacheco Pereira não está surpreendido com a saída da administração do Novo Banco após dois meses. O ex-dirigente do PSD considera que o processo não foi feito de uma forma bem planeada. 

“Era evidente. Não é preciso sequer ter informação privilegiada, para saber que a condução toda deste processo é tipo navegação de cabotagem: é à vista. Portanto, como é à vista da costa, está sempre a mudar, conforme a costa”, analisa em declarações à Renascença

Carlos Costa já terá escolhido um banqueiro para suceder a Vítor Bento à frente do Novo Banco, segundo o “Diário de Notícias”. O jornal revela que o governador do Banco de Portugal vai apresentar este domingo uma nova equipa de gestão com perfil mais técnico e menos político a fim de preparar a venda do banco. 

quarta-feira, setembro 10

A grande preocupação de Seguro

A grande preocupação de Seguro não são os desempregados sem subsídios de desemprego que desistem de procurar emprego e o governo os considera bem empregados, não são os pobres sem qualquer apoio social, não são os funcionários públicos que sofrem cortes de vencimentos, não são os pensionistas penalizados por cortes de pensões.

Não, para Seguro as grandes vítimas da austeridade não são essa imensidão de gente que não conta para Passos Coelho e, pelos vistos não contam para ele, em momento algum prometeu demitir-se se fosse obrigado a cortar em pensões ou em vencimentos para cumprir o pacto de estabilidade que assinou.

Para Seguro a grande preocupação social do seu pensamento socialista vai para os donos dos restaurantes, tascas e tabernas, os donos do Gambrinus, da Pastelaria Versailles e da Ginginha do Rossio. Mas o que o preocupa não são as taxas dos direitos de autores para poderem ter um rádio ligado, ou as muitas taxas que pagam. O que o preocupa é o IVA.

Temos portanto um social-democrata do novo tipo, que não se preocupa nem com os trabalhadores, nem com os empresários, a sua preocupação principal, aquela que o levaria à demissão são os donos de restaurantes. Não seria melhor António José Seguro demitir-se do PS e criar o PRT, o Partido dos Restaurantes e Taberneiros?

domingo, setembro 7

Mafalda Arnauth - Marujo Português / Rosinha dos Limões - Fadas

COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL, COMPETIÇÃO NO PARTIDO SOCIALISTA


1. Não há dúvida que as boas notícias não têm, por muito boas que sejam, o potencial dispersivo das más notícias. Mesmo das menos más. Apesar de amplamente noticiada, a subida de Portugal no "ranking" de competitividade do Fórum Económico Mundial esteve longe de ter, na sociedade portuguesa e até nos agentes políticos, o impacto que merecia. E esse destaque merecia-o, essencialmente, por três ordens de razões;   

Uma Foto Por Dia


photo: rogério barroso. Foto nº 1736 - rail.

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