Foi perante centenas de militantes da Juventude Comunista (JCP) que o secretário-geral do PCP teceu ontem duras críticas contra o actual sistema de educação em Portugal. Jerónimo de Sousa chega a considerar que a política de "elitização" do ensino "faz lembrar os tempos do fascismo".
Numa intervenção particularmente vincada em termos ideológicos (com a recusa do fim da "luta de classes" a surgir no discurso), Jerónimo encerrou o 10.o congresso da JCP, na Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa, lançando o alerta para a "brutal ofensiva" que o actual governo terá posto em marcha. Uma estratégia que visa, sobretudo, os jovens portugueses. Essa política, marcada, na opinião do líder comunista, por uma "violência brutal" contra os mais novos, materializa-se na "emigração forçada", no facto de "milhares de estudantes [serem] afastados do ensino superior" e no "exponencial crescimento das vertentes profissionalizantes do ensino", com "milhares de jovens empurrados para a desesperança". Jerónimo de Sousa - com um percurso profissional ligado ao trabalho fabril -, considera que essa via técnica do ensino ("o sistema de educação dual") está "a ser imposto à juventude portuguesa em todos os níveis" e tem conduzido "à elitização do acesso ao conhecimento".
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