Já não é felizmente crível que a campanha eleitoral das próximas europeias se venha a limitar, para não assustar a sensibilidade - ou a ditadura - dos mercados (invocada só quando convém), à repetição de banalidades sobre a Europa, à oratória guerreira dos principais candidatos ao Parlamento Europeu ou a quem deva ocupar a grelha de partida para a corrida a primeiro-ministro em 2015 ou até a Presidente da República em 2016.
Se alguns sonhavam, até há pouco ,continuar a enredar o povo no bric à brac modorrento e politiqueiro do dizes- tu-respondo-eu, que tem ocupado parte substancial da vida pública do país, e esquecer o debate de problemas centrais dos portugueses na Europa e na moeda única, a força de realidades entretanto desnudadas e a dinâmica da sociedade civil despertada pelo manifesto dos 74 deixam adivinhar tempos menos cinzentos para a afirmação e o confronto democrático de ideias e de propostas alternativas para o nosso futuro individual e colectivo.
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