O ministro da Economia admitiu ontem que o governo está já a preparar o pedido aos parceiros europeus para aceder a um programa cautelar, que deverá ser negociado nos primeiros meses do próximo ano. Mas para lá chegar, o governo tem de ultrapassar duas barreiras constitucionais: a portuguesa e a alemã.
António Pires de Lima foi mais longe do que o governo tem dito até hoje e admitiu que o trabalho de preparação do programa cautelar está em andamento: "Ainda temos algum trabalho pela frente, algum progresso que tem de ser alcançado. Mas o nosso objectivo é começar a negociar um programa cautelar nos primeiros meses de 2014", disse em entrevista à agência Reuters. Até aqui o governo sempre disse que tinha essa intenção, mas nunca admitiu publicamente estar já a fazer os trabalhos preparativos. No Orçamento do Estado para 2014, o governo espera ir buscar ao mercado, em obrigações do Tesouro, 10,5 mil milhões de euros e para o conseguir a juros sustentáveis - para muitos analistas abaixo de 5% - pode precisar de ajuda. As opções são curtas: ou consegue sozinho (o que se afigura difícil); ou precisa de um segundo resgate; ou consegue aceder a um programa cautelar, que ainda não se sabe como vai funcionar.
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