N s imagens do funeral de Saramago senti uma incómoda sensação de déjà-vu. Ouvi os panegíricos de ocasião, reparei na tristeza de alguns e enfadei--me com o ar funcional de basbaque de muitos. O que mais me impressionou foi o sentido devoto que impregnou quase todos os discursos, que se percebia no vigor e tempo das palmas e que se derramava nas declarações populares que ostentavam um fervor mais típico de quem gosta de exibir os joelhos roçados no Santuário de Fátima do que em experimentar a mágoa da partida de um escritor.
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