"Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé." Ou, na versão PSD/CDS, se não dá para cortar salários e subsídios, aumentam-se as horas de trabalho. O alargamento do horário de trabalho na função pública de 35 para 40 horas semanais - ainda a ser estudado por Cavaco Silva - foi a forma encontrada pelo governo para conseguir novos cortes nos gastos do Estado em pessoal, surgindo acima das poupanças que serão conseguidas com despedimentos, rescisões ou reformas - que deverão reduzir o total de funcionários públicos 100 mil trabalhadores face ao total existente em 2011.
Além dos ganhos a nível salarial que o governo procura obter com o alargamento do horário, este surge também para compensar a redução de trabalhadores planeada pelo PSD/CDS. É tudo uma questão de resumir os trabalhadores a uma folha de Excel, como fez o executivo: "O facto de passarmos das sete para as oito horas permite que num posto de trabalho preenchido em 24 horas se passe de 3,5 trabalhadores para apenas três trabalhadores", explicou Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública, em Maio último. Mas o Excel mostra muito mais do que isso.
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