Inviabilizadas as negociações entre os partidos da maioria e o PS, o governo fica sem condições para continuar em funções. É, pelo menos, essa a convicção do histórico social-democrata Miguel Veiga, que lembra, porém, que "a bola está na mão do Presidente da República".
"Não me parece que [o governo] tenha condições para continuar" em funções, diz Veiga ao i, admitindo que a decisão de Cavaco Silva pode ser outra, mas será certamente "célere".
Veiga lembra que este é novamente o momento de o Presidente da República chamar a si todas as decisões. Há uma semana e meia, na comunicação que fez ao país, o chefe de Estado deixou claro que a saída para a crise passava por um acordo entre os três partidos, mas não revelou o plano B. Cavaco Silva sugeriu, porém, que a realização de eleições antecipadas são o último recurso. Durante esta semana, o Presidente retirou mais uma hipótese de cima da mesa e excluiu a constituição de um executivo de iniciativa presidencial.