A adesão dos professores à greve de ontem e as suas consequências foram apenas a primeira etapa de uma escalada de protestos que, tal como já afirmou o líder da UGT, Carlos Silva, farão deste um verão muito quente. Independentemente das razões que assistem a quem protesta - e que já por si são bastantes -, a forma como o Governo está a gerir os vários processos em curso em relação à função pública só adensa a revolta. Dia 27, data da paralisação geral, será possível medir a temperatura da instabilidade social e, por analogia, do sentimento do País face ao Executivo.
Em relação à greve dos professores, o Governo perdeu uma oportunidade única de poder catalisar a opinião pública contra uma das classes mais corporativistas e, sobretudo, em relação aos seus sindicatos. Contradições, falhas de comunicação, erros de estratégia e um braço de ferro a roçar a teimosia invalidaram qualquer acordo, e ele era possível com os menos radicais. E nem sequer houve rasgo político para envolver os visados na decisão final e poder mais tarde responsabilizá-los pelos resultados.
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