Uma onda de loucura está a assolar Portugal. Ninguém acredita nas possibilidades de regeneração do Governo, e a presença dos estrangeiros que o elogiam torna-se numa afronta inqualificável. O que estes cavalheiros, mandatados por interesses cujo fito é a hegemonia económica, propagandeiam é a boa consciência da mentira. E o problema maior, entre todos os grandes problemas que nos afligem, constitui a aquiescência cúmplice de quem tem por dever repudiar o enredo. O presidente do Eurogrupo, de nome impronunciável, e é "muito amigo" de Vítor Gaspar, viajou para Lisboa, a fim de manifestar o aplauso comovido pelas orientações até agora seguidas, e insistir que continuar com o "ajustamento" conduzir-nos-á a uma felicidade incomparável. Temos de empregar todos os meios para precipitar a nossa queda o mais fundo possível para, mais tarde, acedermos a uma sociedade tão jubilosa como igualitária.
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