sábado, março 31
Solar de Mateus – Vila Real
Gastos não controlados pagavam quatro Otas
sexta-feira, março 30
De tarde
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
Cesário Verde
Frase do Dia
Autor: Anaximandro
New York, polemiche per il Cristo di cioccolata
Consta
Igreja de Nossa Senhora da Graça – Santarém
SÓNIA E NUNO: EXTRACTOS DUMA PAIXÃO
O taxista trava, as rodas roçam um segundo na areia do caminho, cuspindo pedra e poeira. Nuno dá uma olhadela à casa no topo do monte e ao carreiro em rampa que lhe dá acesso. Depois destranca a porta do carro e sai, do outro lado Sónia faz o mesmo. Dirigem-se ao porta-bagagens, ainda antes do taxista, que só agora aparece com as chaves.
Uma mala e dois sacos passam para as suas mãos, o táxi faz marcha-atrás, de novo a deslizar nas pedras e a esbaforir poeira. Sónia e Nuno, vergados pela bagagem, acometem-se ao monte que lhes desvenda a casa branca. As janelas de postigos de madeira tratada, as portas também de madeira nova e brilhante de linóleo.
A casa, branca, fechada, excessivamente branca, tinha simultaneamente um aspecto apelativo e inabitável. Adivinhando-se a frescura do recheio, ainda escasso e sem uso, as paredes rectas e hostis e os cantos agudos e desconfortáveis.
Pousaram as malas junto à porta, na sapata que rodeava a casa e que ainda tinha manchas de tinta e grãos de cimento incrustados. Pararam, desprovidos de iniciativa, tomados de atenção por cada pormenor que indicava o quanto fresca era a casa. Querendo prolongar a expectativa de descobrir o interior da casa, gozando-a na antecipação dos objectos por estrear, cheirando a tintas e serraduras de serralharia, virgens de qualquer uso.
quinta-feira, março 29
Londres se rinde ante la magia surrealista de Dalí
I progetti di Rogers, architetto da Nobel
quarta-feira, março 28
Iran, le foto dei marinai inglesi rapiti
Palácio Nacional da Pena - Sintra
terça-feira, março 27
I cartoni per la pizza in giro per il mondo
Gravuras Rupestres – Vale do Rio Côa
Classificadas como Património Mundial pela UNESCO, em 1998, as gravuras rupestres do Vale do Côa são um dos testemunhos mais antigos da criação artística humana, datando genericamente do Paleolítico Superior [22000-10000 anos a. C.], mas prolongando-se os registos por períodos mis recentes, o que explica algumas sobreposições. Foram gravadas em superfícies verticais de xisto, preferencialmente voltadas a nascente, e os vários núcleos já identificados constituem um dos maiores e mais importantes núcleos da arte rupestre ao ar livre do mundo, abundando as representações de veados, auroques e cavalos.
DN GRANDES MONUMENTOS PORTUGUESES
segunda-feira, março 26
Panteão Nacional – Lisboa
As origens deste antigo convento remontam a 1598, mas só em 1615 os Beneditinos se fixaram no local. Deve-se a Baltazar Álvares e, depois, ao padre Pedro Quaresma e a João Turriano o traçado maneirista do conjunto. Em 1834, o edifício ficou afecto ao Palácio das Cortes e, a partir dessa data, registam-se várias intervenções, com o objectivo de adaptar o espaço às suas novas funções. Pela mão de Ventura Terra, o complexo adquiriu uma linguagem neoclássica, continuada em 1920 por Adolfo Marques da Silva. A monumental escadaria deve-se a Cristina da Silva e data de 1941.
DN GRANDES MONUMENTOS PORTUGUESES
PHotoEspaña celebrará sin nexos sus 10 años
HAJA MEMÓRIA
O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
Américo Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal
1935
Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937
Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941
Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do P. C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943
Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal; assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro.
1945
Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947
José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950
Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade; José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar para simular suicídio; Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na
prisão;
1954
Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958
José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962
António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1º de Maio em Lisboa;
Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964
Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967
Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, more vítima de tortura na PIDE;
1968
Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972
José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973
Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
A PIDE acaba como começou, assassinando. Aqui não ficam contabilizadas as
inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.
Mais ainda
Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927. Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, à ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico.
Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931. Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene. Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos "Viriatos" na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas. Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos "Flechas", etc.
domingo, março 25
A Canção de Lisboa
Os serões habituais
E as conversas sempre iguais
Os horóscopos, os signos e ascendentes
Mais a vida da outra sussurrada entre dentes
Os convites nos olhos embriagados
Os encontros de novo adiados
Nos ouvidos cansados ecoa
A canção de Lisboa
Não está só a solidão
Há tristeza e compaixão
Quando o sono acalma os corpos agitados
Pela noite atirados contra colchões errados
Há o silêncio de quem não ri nem chora
Há divórcio entre o dentro e o fora
Há quem diga que nunca foi boa
A canção de Lisboa
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal
A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nós também temos mão na vida
Mesmo que seja à custa de a vivermos fingida
O estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de Lisboa
As vielas de néon
E as guitarras já sem som
Vão mantendo viva a tradição da fome
Que a memória deturpa e o orgulho consome
Entre o orgasmo na gruta ainda fria
E o abandono da carne vazia
Cada um no seu canto entoa
A canção de Lisboa
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal
Jorge Palma
El laberinto de Moriyama
Túmulo de D. Pedro I – Alcobaça
Câmara forma calceteiros mas não os cativa a ficar
sábado, março 24
MANEIRA DE BEM SONHAR
Será a tua cruz.
UMA PEDRA SOBRE O RIO
Seguia, de tempos a tempos, as conclusões bombásticas dos colegas, ia dizendo uns «claro» esquivos, escrevinhava gatafunhos que não tencionava vir a decifrar. Estava tão longe daquela sala. Sentia crescer aquela desilusão que a acompanhava ultimamente, sentia que tudo aquilo era um enorme desperdício de tempo, que nada valia a pena. Angustiava-se por se sentir assim, mas cada vez mais lhe acontecia perceber que tudo o que fazia tinha perdido o sentido.
Manuscritos de Eça andaram perdidos durante 34 anos
Consta
Arco da Rua Augusta – Lisboa
Planificado para coroar solenemente a rua mais importante da nova Lisboa pombalina, o Arco da Rua Augusta marca a ligação entre a Baixa e a grande praça real que se abriu fronteira ao Tejo, atrás da estátua equestre de D. José. A sua construção, bem como a de todo o conjunto de edifícios anexos, arrastou-se até 1873 e o produto final, da autoria de Veríssimo José da Costa, alterou a ideia original de Eugénio dos Santos, resultando numa estrutura monumental de gosto eclético, coroada pelo grupo escultórico de António Colmeis e Vítor Bastos.
sexta-feira, março 23
ritocchi allucinogeni di Worth1000
Juíza alemã nega divórcio com base no Alcorão
Hora de Verão a partir da madrugada de 25 de Março
Consequentemente, os relógios deverão ser adiantados 60 minutos: à 01 hora em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira (da 01h00 passa para as 02h00); às 00 horas na Região Autónoma dos Açores (da meia-noite passam para a 01h00).
Esta alteração ocorre em harmonia com a seguinte legislação em vigor:
Nacional - DL n.º 17/96, de 8 de Março, DLR n.º 6/96/M, de 25 de Junho e DLR n.º 16/96/A, de 1 de Agosto;
Comunitária - 8.ª Directiva 2000/84/Ce de 19 de Janeiro de 2001, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa às disposições respeitantes à hora de Verão e Comunicação da Comissão das Comunidades Europeias, nos termos do artigo 4.º da citada Directiva.
quinta-feira, março 22
Funcionários públicos vão manter o direito a dias de férias adicionais
Parigi, in mostra la lingerie sotto il burka
MUROS
Pois, os milagres… A avó Lena intuíra há muito que ao divino não convém a banalização. Começando por negá-lo, reprovava ao mistério de Fátima o ritmo anual, as curas numerosas, beatificações demasiado fáceis. Queria Deus um velho doce, não intervencionista, solitário. Era-lhe indispensável a certeza de que existíamos nós – bons, razoáveis, maus e péssimos – e Ele. Sem intermediários. Fossem eles burocratas de alguma hierarquia religiosa ou ex-vizinhos mortos e de tal modo afundados em boas obras que vogassem a meio caminho entre Céu e Terra. As consequências para as famosas histórias eram evidentes: cavaleiros banhados em suor, donzelas pacientemente bordando, pouca ajuda do Altíssimo e de fadas benfazejas. Não por acaso, o seu provérbio favorito sentenciava que quem quer bolota atrepa.
Vaz, Júlio Machado, in MUROS, edições Dom Quixote
quarta-feira, março 21
Peta, le proteste sbarcano in Oriente
Frase do Dia
"Renda anual de vinte libras, despesa de dezanove libras, dezanove xelins e seis pence, resultado: felicidade. Renda anual de vinte libras, despesa anual de vinte libras e seis pence, resultado: desespero."
Fonte: "David Copperfield"
TRUQUE DA POLAROID
escorregou por entre-lençóis-quentes, virou-o
a respiração coalhava pelas costas, ele finge dormir
solta um ligeiríssimo e desordenado resfolegar, ao sentir o sexo retirar-se
amanhã nem sequer falaremos disto
dormimos
outros dias em que a solidão é mais cruel olha-o só
sentado aqui no meio do quarto
frente aos textos emendados, remediados, remendados
ferido, ele masturba-se
depois acorda-o, conta uma história qualquer, beija-o
sorri-lhe com os lábios a tremerem de abelhas
ele continua a dormir, indiferente ao mel
vagueio pela casa
rente aos ângulos estreitos dos corredores, sem saber por onde fugir-me
BERTO, AL, in O MEDO edições Assírio & Alvim
terça-feira, março 20
Sbarcano a Roma le statue-rifiuti di Schult
Escolas secundárias vão alugar espaços para casamentos e baptizados
Cemitério de Pianos
segunda-feira, março 19
Frase do Dia
"Os grandes homens estão muitas vezes solitários. Mas essa solidão é parte da sua capacidade de criar. O carácter, assim como a fotografia, desenvolve-se no escuro."
Autor: Karsh , Youssuf
Banho turco dá Prémio Secil Universidades a aluna de Évora
Palace Hotel do Buçaco – Buçaco
Edificação neomanuelina, o hotel foi construído entre 1888, ano da aprovação do projecto de Luigi Manini, e 1907. A história deste local é, no entanto, muito anterior, remontando a 1628-30, período em que teve início a construção do único “deserto” carmelita existente em Portugal, e do qual apenas a igreja foi conservada e integrada no projecto oitocentista. Desta obra de arte total faziam parte a mata bem como todas as construções associadas, destacando-se as ermidas e as capelas da Via Crucis, que representam as estações da Paixão.
DN GRANDES MONUMENTOS PORTUGUESES
PP avança para congresso em clima de caos total
domingo, março 18
Kim Joon, la pop-art stampata sulla pelle
Uma Foto Por Dia
Já se pode construir em áreas ardidas
Palácio da Regalaeira - Sintra
Livre de Tello no Dragão relança campeonato
Consta
Dalla California gli orinatoi artistici
sábado, março 17
Un centenar de detenidos en EE UU en las primeras protestas por la guerra de Irak
Ruínas de Conímbriga – Coimbra
Valentim e João Loureiro acusados no Apito Dourado
A MORTE DE CARLOS GARDEL
O Gnomo saiu a gritar o jornal desportivo da cabina à esquerda do portão. Mandou-nos parar atrás de uma ambulância em cujo tejadilho picavam lâmpadas azuis, aproximou-se do condutor a bater os nós dos dedos no jornal e perguntou, torcido de cólicas de raiva:
-Imagina quanto pagámos por aquele raquítico do Belenenses?
As árvores do Estádio Universitário (choupos, salgueiros, bétulas, sobretudo choupos) moviam os ramos contra o céu, uma fila de táxis zumbia ao comprido do muro, um cotovelo emergiu de sob as lâmpadas da ambulância num aceno ignorante, e o anão, indignado, a arrecadar o jornal na algibeira:
- Atira um número ao acaso, pá, atira um número: advinha o que demos por um coxo que nem para as reservas serve?
Relva e arbustos aparados que brilhavam na luz, jardineiros ligando mangueiras rotativas, pardais, um sossego de parque, uma seta vermelha no topo de um mastro com a palavra Urgência em maiúsculas metálicas, e de repente dei-me onta do hospital. A minha irmã buzinou e o gnomo gesticulou-lhe que aguardasse, pendurado da porta da ambulância:
- Um momentinho, madame,, um momentinho. Explica-me como se ganham taças com equipas assim, Alfredo?
Antunes, António Lobo in "A Morte de Carlos Gardel", Publicações D. Quixote - 1994.