A margem é estreita para que o governo possa "recalibrar da contribuição extraordinária de solidariedade (CES)", tal como pretende, sem se aproximar dos efeitos da "linha vermelha" de Paulo Portas. O risco é apontado no CDS, mas também pelo ex-ministro da Segurança Social e ex-ministro das Finanças, António Bagão Félix.
O limite para evitar aquilo a que Paulo Portas chamou "cisma grisalho" foi conseguido em Maio, com o recuo do governo na contribuição mensal permanente de todos os pensionistas ("TSU dos pensionistas", um nome que até Portas adoptou) para a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações. Mas na opinião de Bagão Félix a aproximação a essa medida faz-se a passos largos, tendo em conta o que o governo tem em cima da mesa: ou a CES se aplica a partir do mil euros brutos de prestação, ou há alteração nos escalões. Nas contas do ex-ministro, para compensar o encaixe perdido com o chumbo do Constitucional à convergência de pensões (388 milhões de euros), o executivo espera ir buscar cerca de 100 milhões ao agravamento das contribuições para a ADSE, pelo que a maior fatia será alimentada pela "recalibragem" da CES, onde, segundo Bagão, o governo terá de conseguir cerca de 240 milhões de euros. "É 57% de aumento em relação ao que estava no Orçamento de 2013", diz ao i,acrescentando que, "sem mexer em taxas, isto significará uma pancada brutal no limite mínimo e/ou uma mexida nos escalões" para taxas que ficam entre os 3,5% e os 10%. Ou seja, "serão mais os atingidos e vão pagar mais.
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