Photo: chico esperto. Foto n.º 414. Arrastamento.
sábado, junho 30
AS NOVAS BACANTES
- Então, é para o Gouttelière?
- Foi o que acabei de dizer resmungou o cliente no banco de trás do táxi.
- É um bom estabelecimento. A dona é impecável. E vai ficar sozinho?
Devagarinho, o táxi dominava as curvas da estrada regional paralela ao rio. Tímido, o Loire no Outono. Discreto. Umas línguas de areia através dos ramos dos salgueiros, um pouco de luz azul. Duas nuvens vogavam no céu só para mostrar que existiam, as maçãs caídas apodreciam debaixo das árvores e, maravilha das maravilhas, cheios de arbustos, os taludes não estavam desguarnecidos como seria de esperar.
- Ainda falta muito? Nunca mais chegamos!
- É mesmo à saída da aldeia. É só subir esta ruela e já está. Vai ficar muito tempo no Gouttelière?
- Quinze dias, mais ou menos…
- O tempo de escrever um livro? É por causa do computador que traz na mala. Aposto que vai investigar os tarados.
- Os tarados?
- Uns que se instalaram na ilha, ali no meio do rio, está a ver? Gente esquisita. Toda de túnica, tocam tambores e à noite cantam aos berros… Cá para mim, são uma seita. E as seitas, já se sabe como é que acabam, massacre e por aí fora! O senhor é jornalista?
- De maneira nenhuma. Sou professor de mitologia comparada.
- Caramba! Isso é de mais para mim… Pronto, chegámos. São oitenta francos.
Na encosta, o Hotel Gouttelière dominava a aldeia e, na outra margem, a planície. Entre dois cedros gigantes, estendiam-se os areais pelo meio da água. Naquela manhã, os choupos estavam particularmente agitados e as rosas de Setembro particularmente abertas. À entrada, esperava-o uma jovem com um decote provocador, de tez tão fresca como as rosas do jardim. O professor Le Bihouic sentiu-se mais animado.
- Senhor professor! - bradou ela. - É uma honra…
vou mostrar-lhe o seu quarto.
- Foi o que acabei de dizer resmungou o cliente no banco de trás do táxi.
- É um bom estabelecimento. A dona é impecável. E vai ficar sozinho?
Devagarinho, o táxi dominava as curvas da estrada regional paralela ao rio. Tímido, o Loire no Outono. Discreto. Umas línguas de areia através dos ramos dos salgueiros, um pouco de luz azul. Duas nuvens vogavam no céu só para mostrar que existiam, as maçãs caídas apodreciam debaixo das árvores e, maravilha das maravilhas, cheios de arbustos, os taludes não estavam desguarnecidos como seria de esperar.
- Ainda falta muito? Nunca mais chegamos!
- É mesmo à saída da aldeia. É só subir esta ruela e já está. Vai ficar muito tempo no Gouttelière?
- Quinze dias, mais ou menos…
- O tempo de escrever um livro? É por causa do computador que traz na mala. Aposto que vai investigar os tarados.
- Os tarados?
- Uns que se instalaram na ilha, ali no meio do rio, está a ver? Gente esquisita. Toda de túnica, tocam tambores e à noite cantam aos berros… Cá para mim, são uma seita. E as seitas, já se sabe como é que acabam, massacre e por aí fora! O senhor é jornalista?
- De maneira nenhuma. Sou professor de mitologia comparada.
- Caramba! Isso é de mais para mim… Pronto, chegámos. São oitenta francos.
Na encosta, o Hotel Gouttelière dominava a aldeia e, na outra margem, a planície. Entre dois cedros gigantes, estendiam-se os areais pelo meio da água. Naquela manhã, os choupos estavam particularmente agitados e as rosas de Setembro particularmente abertas. À entrada, esperava-o uma jovem com um decote provocador, de tez tão fresca como as rosas do jardim. O professor Le Bihouic sentiu-se mais animado.
- Senhor professor! - bradou ela. - É uma honra…
vou mostrar-lhe o seu quarto.
Clément, Catherine in "AS NOVAS BACANTES" edições ASA
"A não ser que mude de nome, o PS deve ter preocupações sociais"
Porque as pessoas estão acomodadas. Politicamente, é correcto estar calado. Mas não é verdade. O Manuel Alegre falou, outras pessoas falaram... E sei o que se passa nas bases. Ainda há dias, numa reunião do grupo parlamentar, soube-se que alguns deputados disseram que há pouco PS no Governo. Estou de acordo. A não ser que mude de nome, o PS tem de ter algumas preocupações sociais. Ao menos, salvar o estado social, como aliás tem dito José Sócrates.
Consta
"Por trás de um cigarro o mundo parece mais seguro. Mesmo se andam por aí a garantir que não."
Vasco Pulido Valente Público
quarta-feira, junho 27
Consta
"Nós?
Nem inovadores, nem sequer seguidores.
Um zero absoluto."
Miguel Frasquilho Jornal de Negócios
Nem inovadores, nem sequer seguidores.
Um zero absoluto."
Miguel Frasquilho Jornal de Negócios
TRABALHOS E PAIXÕES DE BENITO PRADA
1
Quando o Padeiro Velho de Casdemundo teve a certeza que Manolo Cabra lhe desfeiteara a irmã, em dois segundos decidiu tudo. Nessa mesma noite matou-o de emboscada, arrastou o cadáver para o palheiro e foi acender o forno com umas vides que comprara para as empanadas da festa de San Bartolomé.
O irmão do meio encarregou-se de cortar a cabeça ao morto. O Padeiro Velho amanhou-o e depois chamuscou-o bem chamuscado. Às duas da manhã untou o Cabra de alto a baixo com o tempero, enfiando-lhe um espeto pelas nalgas. Às cinco estava assado.
«Caramba», disse o irmão do meio, que admirava todas as invenções do mais velho, «é à segoviana!»
«Mas não lhe pões o dente», cortou o outro.
Entretanto o mais novo, regressado já do Pereiro, aonde fora avisar o Padre Mestre, manifestou desejos de capar Manolo Cabra. O do meio olhou muito sério para o Padeiro Velho. Este cuspiu enojado e decretou:
«É tudo para cães. E agora tragam-me lá a roupa do fiel defunto, que já não tem préstimo senão no inferno.»
Se perguntassem ao Padeiro Velho o que mais queria naquele momento, teria respondido:
«Assar-lhe até a memória.»
Quando o Padeiro Velho de Casdemundo teve a certeza que Manolo Cabra lhe desfeiteara a irmã, em dois segundos decidiu tudo. Nessa mesma noite matou-o de emboscada, arrastou o cadáver para o palheiro e foi acender o forno com umas vides que comprara para as empanadas da festa de San Bartolomé.
O irmão do meio encarregou-se de cortar a cabeça ao morto. O Padeiro Velho amanhou-o e depois chamuscou-o bem chamuscado. Às duas da manhã untou o Cabra de alto a baixo com o tempero, enfiando-lhe um espeto pelas nalgas. Às cinco estava assado.
«Caramba», disse o irmão do meio, que admirava todas as invenções do mais velho, «é à segoviana!»
«Mas não lhe pões o dente», cortou o outro.
Entretanto o mais novo, regressado já do Pereiro, aonde fora avisar o Padre Mestre, manifestou desejos de capar Manolo Cabra. O do meio olhou muito sério para o Padeiro Velho. Este cuspiu enojado e decretou:
«É tudo para cães. E agora tragam-me lá a roupa do fiel defunto, que já não tem préstimo senão no inferno.»
Se perguntassem ao Padeiro Velho o que mais queria naquele momento, teria respondido:
«Assar-lhe até a memória.»
Pacheco, Fernando Assis in “Trabalhos e Paixões de Benito Prada” edições ASA
terça-feira, junho 26
Consta
"Os deputados do PS aprovaram o estatuto de jornalista. Está completo o cerco, pressão, ameaça e castigo a quem se portar mal no mundo da comunicação social."
António Ribeiro Ferreira Correio da Manhã
segunda-feira, junho 25
A CASA DE EULÁLIA
Sentados numa esplanada da cidade velha, os três camaradas conversavam e bebiam cañas frescas − de sabor redobrado pela caloraça do ar. A beber parecidos. Diferentes no estar. António, atento, olhando para um lado e para o outro como que à espera de qualquer súbita novidade. Manuel observando tudo em volta e seguindo com agrado a passagem das raparigas. Renato, de perna traçada com lassidão, dir-se-ia distraído, mal acompanhando a conversa com uma ou outra palavra solta.
A um observador desatento ali conduzido, vindo de longe e de olhos vendados subitamente descobertos, a animação da rua, as esplanadas cheias, a gente que circulava, os grupos parados na sombra dos prédios, tudo parecia habitual num domingo igual a todos os domingos de verão, ali no centro da cidade, não longe da Puerta del Sol.
Igual naquele recanto e naquele momento a um primeiro olhar. Porque logo à observação se revelavam coisas novas e estranhas. Estranho e novo os carros que passavam de quando em quando, cortando o sossego da rua com buzinares e gritaria. Estranho que muitos homens e mulheres ostentassem na cabeça bonés de feitios variados com letras e insígnias. Mais estranho ainda que, ao ouvirem-se, vindos de outras ruas, estalidos lembrando bombas de Santo António, logo os ouvidos se apurassem e os gestos se suspendessem.
Precisamente num momento em que António comentava a tranquilidade do local, soou um desses estalidos e o jovem, lançando uma mirada até ao fundo da rua, viu gente a convergir velozmente para um ponto e estacar em grupo. Logo comentou:
− Se calhar, mais uno que han matado…
Como outros emigrados, falava assim, meio espanhol, meio português. Além do hábito adquirido, era o mais prático para portugueses: todos os compreendiam.
− Talvez… − disse pacatamente Renato, bebendo um gole da cerveja.
Talvez, ainda que não certo. Nas últimas semanas multiplicavam-se os atentados contra militantes e vendedores de jornais da esquerda. Mortos alguns.
A um observador desatento ali conduzido, vindo de longe e de olhos vendados subitamente descobertos, a animação da rua, as esplanadas cheias, a gente que circulava, os grupos parados na sombra dos prédios, tudo parecia habitual num domingo igual a todos os domingos de verão, ali no centro da cidade, não longe da Puerta del Sol.
Igual naquele recanto e naquele momento a um primeiro olhar. Porque logo à observação se revelavam coisas novas e estranhas. Estranho e novo os carros que passavam de quando em quando, cortando o sossego da rua com buzinares e gritaria. Estranho que muitos homens e mulheres ostentassem na cabeça bonés de feitios variados com letras e insígnias. Mais estranho ainda que, ao ouvirem-se, vindos de outras ruas, estalidos lembrando bombas de Santo António, logo os ouvidos se apurassem e os gestos se suspendessem.
Precisamente num momento em que António comentava a tranquilidade do local, soou um desses estalidos e o jovem, lançando uma mirada até ao fundo da rua, viu gente a convergir velozmente para um ponto e estacar em grupo. Logo comentou:
− Se calhar, mais uno que han matado…
Como outros emigrados, falava assim, meio espanhol, meio português. Além do hábito adquirido, era o mais prático para portugueses: todos os compreendiam.
− Talvez… − disse pacatamente Renato, bebendo um gole da cerveja.
Talvez, ainda que não certo. Nas últimas semanas multiplicavam-se os atentados contra militantes e vendedores de jornais da esquerda. Mortos alguns.
Tiago, Manuel in "A Casa de Eulália" edições Avante
Museu controverso abre hoje
O Museu Colecção Berardo vai ser inaugurado hoje, ao final da tarde, no Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, por José Sócrates. Depois da abertura oficial, a exposição poderá ser visitada de forma gratuita durante 24 horas. A partir de quarta feira, passa a funcionar no seu horário habitual.
domingo, junho 24
"Estrebuchar do morto"
Poderia muito bem tratar-se de um título de uma qualquer nova novela a estrear num qualquer canal generalista, mas desgraçadamente não é!
Consta
"Há um ano, era o Presidente que sentia necessidade de insistir na cooperação com o Governo. Hoje, é o Governo que sente necessidade de acarinhar a dita convergência."
Fernando Madrinha Expresso
sábado, junho 23
Fotógrafos insospechados
El artista neoyorquino Andrés Serrano pone 'El dedo en la llaga' en su primera gran retrospectiva en España. El autor de 'Piss Christ' hace un recorrido por su trabajo a través de series como 'Nómadas', 'El Klan', 'Budapest' y nuevas imágenes de 'La Morgue'.
sexta-feira, junho 22
Uma Foto Por Dia
Consta
"Em Portugal gastamos mais em justiça por milhão de habitantes do que os países mais desenvolvidos da Europa."
Mira Amaral
Presidente do Fórum para a Competitividade
Jornal de Notícias
quinta-feira, junho 21
DEMOSGRACIA
retirado daqui
La demokracia la inventaron los griegos y no podían votar ni los pobres, ni los esklavos, ni las mujeres, ni...
ASI NOS VÁ!
Consta
"Temos de ser, economicamente, e não politicamente uma Singapura no Atlântico."
Alberto João Jardim Público
Alberto João Jardim Público
quarta-feira, junho 20
terça-feira, junho 19
Frase do Dia
"O sol é para as flores o que os sorrisos são para a Humanidade."
Joseph Addison Poeta Inglês (1672-1719)
segunda-feira, junho 18
Consta
"Este Governo tem tanto de socialista como eu de bonito."
José António Barreiros
domingo Correio da Manhã
José António Barreiros
domingo Correio da Manhã
domingo, junho 17
sábado, junho 16
SIDÓNIO PAIS
Presidente da República Portuguesa em 1918, de seu nome completo Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Coimbra 1/5/1872 – Lisboa 14/12/1918). Fez o curso de Artilharia na Escola do Exército e em 1898 concluiu o de Matemática na Universidade de Coimbra, onde foi professor catedrático de Cálculo Diferencial e Integral. Ensinava também na Escola de Brotero, cuja direcção assumiu em 1911.
Ministro do Fomento em Agosto de 1911, sobraçou a pasta das Finanças em Novembro do mesmo ano e de 17/8/1912 a 18/3/1916 foi ministro de Portugal em Berlim. De 5 a 8/12/1917 chefiou uma revolta, instaurando a República Nova, de matriz presidencialista. Em 9/5/1918 sagrou-se presidente por sufrágio universal – pela primeira vez em Portugal. Em um escasso ano de governo conquistou a simpatia popular: apesar das diversas conjuras que teve de enfrentar, desenvolveu notável obra de saneamento político e económico, restabeleceu as relações com a Santa Sé e fomentou a assistência ais indigentes e às vítimas da epidemia do tifo. Foi abatido a tiro por um fanático na estação do Rossio, quando ia tomar o comboio para o Porto em busca do fortalecimento do apoio popular, que sentia ser vital para a prossecução da sua obra regeneradora, mais intuída do que solidamente alicerçada.
Ministro do Fomento em Agosto de 1911, sobraçou a pasta das Finanças em Novembro do mesmo ano e de 17/8/1912 a 18/3/1916 foi ministro de Portugal em Berlim. De 5 a 8/12/1917 chefiou uma revolta, instaurando a República Nova, de matriz presidencialista. Em 9/5/1918 sagrou-se presidente por sufrágio universal – pela primeira vez em Portugal. Em um escasso ano de governo conquistou a simpatia popular: apesar das diversas conjuras que teve de enfrentar, desenvolveu notável obra de saneamento político e económico, restabeleceu as relações com a Santa Sé e fomentou a assistência ais indigentes e às vítimas da epidemia do tifo. Foi abatido a tiro por um fanático na estação do Rossio, quando ia tomar o comboio para o Porto em busca do fortalecimento do apoio popular, que sentia ser vital para a prossecução da sua obra regeneradora, mais intuída do que solidamente alicerçada.
O Grande Livro dos Portugueses – Círculo de Leitores
Um país de equívocos
Sócrates foi a Abrantes inaugurar o maior açude insuflável do País, foi vaiado por várias centenas de manifestantes que gritavam “Abrantes sem hospital não”, interpolado afirmou que tudo não passava de um equívoco.
O CDS está ser investigado pela PJ sobre a falsificação de recibos na ordem de 1 milhão de contos (financiamento do partido). Paulo Portas já veio a terreiro afirmar que tudo não passa de um equívoco.
Equivocada parece ter andado a Ministra da Educação quando no ano passado permitiu a repetição dos exames de Física e Química. Agora o Tribunal Constitucional publicou um acórdão que expõe a ilegalidade da decisão da ministra.
Equivocado parece andar o senhor Ministro das Obras Públicas sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.
Equivocados andam a maioria dos portugueses que continuam nas sondagens (será que continuam?) a dar a maioria a este Governo (dito socialista), digo eu…
O CDS está ser investigado pela PJ sobre a falsificação de recibos na ordem de 1 milhão de contos (financiamento do partido). Paulo Portas já veio a terreiro afirmar que tudo não passa de um equívoco.
Equivocada parece ter andado a Ministra da Educação quando no ano passado permitiu a repetição dos exames de Física e Química. Agora o Tribunal Constitucional publicou um acórdão que expõe a ilegalidade da decisão da ministra.
Equivocado parece andar o senhor Ministro das Obras Públicas sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.
Equivocados andam a maioria dos portugueses que continuam nas sondagens (será que continuam?) a dar a maioria a este Governo (dito socialista), digo eu…
sexta-feira, junho 15
Uma questão de semântica II
“Não houve nenhum recuo, mas uma negociação.” Foi desta forma que o secretário de Estado da Administração Pública, João figueiredo, se expressou para tentar explicar o recuo do Governo em relação ao futuro sistema de carreiras na Administração Pública. João Figueiredo, decididamente, não está a conseguir bem este dossier. Depois da justificação atabalhoada para demitir o presidente da comissão que estudou este assunto, e de numa tarde no final de Maio ter vindo afirmar o contrário do que tinha dito umas horas antes, o governante tenta agora justificar um recuo com uma suposta negociação, que na prática nunca existiu ao longo deste processo... até esta semana.
Diário de Notícias 15/06/2007
Diário de Notícias 15/06/2007
Uma questão de semântica I
Depois de ter andado meses a dizer cobras e lagartos da proposta do Governo para o novo sistema de carreiras na função pública, e a acusar a equipa do Ministério das finanças de falta de diálogo e de não querer negociar, eis que a frente Sindical da Administração Pública (Fesap), filiada na UGT, acabou por “assinar” um acordo com o Executivo. Os dirigentes desta estrutura sindical garantem que não foi nenhum acordo, mas apenas um “memorando de entendimento” ou “acta de concordância”. É certo que o Governo até recuou em algumas matérias, em relação ao que tinha apresentado inicialmente, e até se percebe que os sindicalistas da Fesap não queiram ficar com o ónus de aprovarem uma reforma que é contra os funcionários públicos, mas os eufemismos é que são desnecessários.
Diário de Notícias 15/06/2007
Diário de Notícias 15/06/2007
quinta-feira, junho 14
Os Cheiros
Uma das minhas características é a de ter o olfacto muito apurado, se é uma boa característica sinceramente não sei, pessoalmente julgo que não, ou talvez não. Isto de ter o olfacto apurado tem que se lhe diga.
Gosto de sentir o cheiro das coisas simples. Quem haveria de dizer que adoro o cheiro a “merda”, melhor dizendo – a estrume, colocado nos campos como fertilizante, gosto do cheiro a maresia, quando passeio à beira-mar com a minha companheira, em praias desertas, no centro do país.
Gosto de entrar num restaurante e sentir o cheiro duma refeição tipicamente portuguesa: uma sardinha assada, um bom cozido à portuguesa, favas com chouriço, adoro o cheiro dos caracóis cozidos com orégãos.
Gosto do cheiro dos ‘velhos’. Tenho amigos que ficam incomodados com o cheiro, dizem-me que se confunde com o cheiro a ‘mofo’, sensibilidades olfactivas, pessoalmente não me incomoda, talvez por eu caminhar a passos rápidos para a velhice, porventura por gostar de ‘pessoas velhas’, pessoas sábias, com quem aprendo muito – associo o cheiro da velhice à sua imensa sabedoria, têm sempre algo para me ensinar.
Gosto do cheiro dos negros. Conheço pessoas que se agoniam, quando no Verão, principalmente nas horas de ponta, no pico do calor, têm de frequentar transportes públicos, quase sempre cheios, transportando passageiros negros, cujo cheiro a ‘catinga’ expressão deles, os agonia. Pessoalmente prefiro um cheiro dum negro, ao cheiro de uma branca, tresandando a perfume barato, normalmente a essência de coco ou morango, irradiando uma concupiscência sexual por todos os poros que, ao contrário do pretendido, afugentam todos os machos, por desconhecerem que, estes, ao contrário, preferem essências suaves, não agressivas, que passem despercebidas à cifra do tipo de essência, mas que ao mesmo tempo lhes deixam uma agradável sensação de frescura, que lhes excita a apetência, mais que não seja, na observação cuidada da fêmea.
Gosto do cheiro a pipocas; lembro-me das minhas filhas, era certo e sabido que onde houvesse pipocas teria de comprar um daqueles enormes baldes de pipocas que dava para toda a família. Ainda hoje, jovens mulheres, quando vão ao cinema, não abdicam das suas pipocas.
Gosto de visitar a cave do Centro Comercial da Mouraria, de absorver o cheiro intenso das especiarias ali comercializadas: caril, açafrão, pimenta, canela. É uma mistura de cheiros que não encontro em mais nenhum lugar desta minha cidade; encontrava na antiga Feira Popular, mas essa foi destruída, num processo ainda por esclarecer, que ainda vai dar muito que falar e, de um cheiro muito duvidoso.
Gosto de sentir o cheiro das coisas simples. Quem haveria de dizer que adoro o cheiro a “merda”, melhor dizendo – a estrume, colocado nos campos como fertilizante, gosto do cheiro a maresia, quando passeio à beira-mar com a minha companheira, em praias desertas, no centro do país.
Gosto de entrar num restaurante e sentir o cheiro duma refeição tipicamente portuguesa: uma sardinha assada, um bom cozido à portuguesa, favas com chouriço, adoro o cheiro dos caracóis cozidos com orégãos.
Gosto do cheiro dos ‘velhos’. Tenho amigos que ficam incomodados com o cheiro, dizem-me que se confunde com o cheiro a ‘mofo’, sensibilidades olfactivas, pessoalmente não me incomoda, talvez por eu caminhar a passos rápidos para a velhice, porventura por gostar de ‘pessoas velhas’, pessoas sábias, com quem aprendo muito – associo o cheiro da velhice à sua imensa sabedoria, têm sempre algo para me ensinar.
Gosto do cheiro dos negros. Conheço pessoas que se agoniam, quando no Verão, principalmente nas horas de ponta, no pico do calor, têm de frequentar transportes públicos, quase sempre cheios, transportando passageiros negros, cujo cheiro a ‘catinga’ expressão deles, os agonia. Pessoalmente prefiro um cheiro dum negro, ao cheiro de uma branca, tresandando a perfume barato, normalmente a essência de coco ou morango, irradiando uma concupiscência sexual por todos os poros que, ao contrário do pretendido, afugentam todos os machos, por desconhecerem que, estes, ao contrário, preferem essências suaves, não agressivas, que passem despercebidas à cifra do tipo de essência, mas que ao mesmo tempo lhes deixam uma agradável sensação de frescura, que lhes excita a apetência, mais que não seja, na observação cuidada da fêmea.
Gosto do cheiro a pipocas; lembro-me das minhas filhas, era certo e sabido que onde houvesse pipocas teria de comprar um daqueles enormes baldes de pipocas que dava para toda a família. Ainda hoje, jovens mulheres, quando vão ao cinema, não abdicam das suas pipocas.
Gosto de visitar a cave do Centro Comercial da Mouraria, de absorver o cheiro intenso das especiarias ali comercializadas: caril, açafrão, pimenta, canela. É uma mistura de cheiros que não encontro em mais nenhum lugar desta minha cidade; encontrava na antiga Feira Popular, mas essa foi destruída, num processo ainda por esclarecer, que ainda vai dar muito que falar e, de um cheiro muito duvidoso.
Consta
«Todo o processo é vergonhoso. Nunca foi feito um estudo de custo/benefício (sobre a Ota).»
Jorge Gaspar Público
Jorge Gaspar Público
quarta-feira, junho 13
O que se beberá amanhã?
Há uns anos Torres Couto celebrava as suas assinaturas nos acordos de concertação social, bebendo um cálice de vinho do Porto com Cavaco Silva, o que beberá agora Nobre dos Santos quando assinar as negociações para a Função Pública?
SANTO ANTÓNIO
foto retirada daqui
Franciscano, doutor da Igreja (Lisboa c. 1190-Arcélia, Pádua 13/06/1231).
Nasceu junto à Sé de Lisboa e chamava-se Fernando de Bulhão. Frequentou a escola da sé olisiponense e pelos 20 anos de idade professou a vida religiosa entre os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, mudando-se dois anos depois para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde foi ordenado sacerdote. Em 1220 torna-se frade franciscano no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra, e logo foi a Marrocos em missão apostólica. Pertinaz doença obriga-o a deixar o território africano, indo o barco aportar, devido a furiosa tempestade, não à Península Ibérica, que era o seu destino, mas à Sicília. Dali seguiu para o Capítulo Geral, convocado por S. Francisco pra 23/5/1221. obrigado a pregar perante dos seus confrades em fins de 1222, revelou os seus talentos. Passou então a pregar em Itália e em França e a ensinar Teologia (o primeiro que o fez na sua ordem) nas escolas Franciscanas de Bolonha, Mompilher e Toulouse.
Em 1227, nomeado ministro provincial no Norte da Itália, continuou a sua actividade de pregador e de professor de Teologia em Pádua, onde faleceu de doença súbita. Foi canonizado em 30/5/1232, menos de um ano após a sua morte. Veio a ser proclamado doutor da Igreja por Pio XII em 6/1/1946, que o considerou «exímio teólogo e mestre insigne em assuntos de ascética e mística».
Santo António de Lisboa, ou de Pádua, foi o primeiro português a granjear projecção universal pela sua cultura totalmente adquirida em Portugal e que faz dele o autor mais importante da pré-escolástica franciscana, sobretudo pela sua qualidade de taumaturgo, que o faz designar o «o santo de todo o mundo». Tanto a pintura como a escultura, quer da arte popular, quer da arte erudita, têm enumeras vezes tomado Santo António como fonte de inspiração. Padroeiro secundário de Portugal e principal da cidade de Lisboa, é festejado em 13 de Junho. Deve-se a H. Pinto de Rema a tradução do latim, com introdução e notas, das Obras Completas de Santo António de Lisboa, 1970, em três volumes.
Nasceu junto à Sé de Lisboa e chamava-se Fernando de Bulhão. Frequentou a escola da sé olisiponense e pelos 20 anos de idade professou a vida religiosa entre os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, mudando-se dois anos depois para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde foi ordenado sacerdote. Em 1220 torna-se frade franciscano no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra, e logo foi a Marrocos em missão apostólica. Pertinaz doença obriga-o a deixar o território africano, indo o barco aportar, devido a furiosa tempestade, não à Península Ibérica, que era o seu destino, mas à Sicília. Dali seguiu para o Capítulo Geral, convocado por S. Francisco pra 23/5/1221. obrigado a pregar perante dos seus confrades em fins de 1222, revelou os seus talentos. Passou então a pregar em Itália e em França e a ensinar Teologia (o primeiro que o fez na sua ordem) nas escolas Franciscanas de Bolonha, Mompilher e Toulouse.
Em 1227, nomeado ministro provincial no Norte da Itália, continuou a sua actividade de pregador e de professor de Teologia em Pádua, onde faleceu de doença súbita. Foi canonizado em 30/5/1232, menos de um ano após a sua morte. Veio a ser proclamado doutor da Igreja por Pio XII em 6/1/1946, que o considerou «exímio teólogo e mestre insigne em assuntos de ascética e mística».
Santo António de Lisboa, ou de Pádua, foi o primeiro português a granjear projecção universal pela sua cultura totalmente adquirida em Portugal e que faz dele o autor mais importante da pré-escolástica franciscana, sobretudo pela sua qualidade de taumaturgo, que o faz designar o «o santo de todo o mundo». Tanto a pintura como a escultura, quer da arte popular, quer da arte erudita, têm enumeras vezes tomado Santo António como fonte de inspiração. Padroeiro secundário de Portugal e principal da cidade de Lisboa, é festejado em 13 de Junho. Deve-se a H. Pinto de Rema a tradução do latim, com introdução e notas, das Obras Completas de Santo António de Lisboa, 1970, em três volumes.
O Grande Livro dos Portugueses – Círculo de Leitores
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Religião
terça-feira, junho 12
Coisa amar
Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Manuel Alegre
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Manuel Alegre
segunda-feira, junho 11
Festejos de S. António – Estarreja
Photos: chico esperto.
Concerto de José Cid na cidade de Estarreja no passado sábado dia 9 de Junho de 2007.
Numa noite agradável, uma excelente actuação do 'velhote' que ainda dá cartas a muita juventude que por aí anda a brincar às bandas, muitíssimo bem acompanhado por um excelente naipe de músicos, com o 'velho amigo' Mike à cabeça, grande empatia com o público; um senhor profissional.
De entre muitas canções, não poderia deixar de cantar esta, que vai para Barcelona.
Numa noite agradável, uma excelente actuação do 'velhote' que ainda dá cartas a muita juventude que por aí anda a brincar às bandas, muitíssimo bem acompanhado por um excelente naipe de músicos, com o 'velho amigo' Mike à cabeça, grande empatia com o público; um senhor profissional.
De entre muitas canções, não poderia deixar de cantar esta, que vai para Barcelona.
Marcadores:
Arraiais Populares,
José Cid,
Musica Popular Portuguesa
Padrão do Salado
Photo: chico esperto. Padrão do Salado - Guimarães.
Ergue-se defronte da Igreja da Nossa Senhora da Oliveira. É um curioso templete, formado por um abrigo gótico, com quatro arcarias ogivadas que albergam um cruzeiro. Este, de calcário dourado e policromado, ostenta, de um lado, na cruz, Cristo crixificado e, no verso, a Virgem sob um baldaquino. Em plano inferior, no fuste da cruz, vêem-se quatro esculturas representando S.Vicente, S. Fiipe, S. Torcato e o Anjo da Gurda.
Tesouros Antigos de Portugal, edição de Selecções do Reader's Digest
Consta
"Há uma organização terrorista, sedeada na Holanda e que actua a coberto do disfarce de produção de conteúdos. Chama-se Endemol."
Miguel Sousa Tavares Expresso
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